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quarta-feira, 5 de julho de 2017

Titanic Belfast: Entusiasta brasileiro visita o berço onde nasceu o Titanic e compartilha emoções com o Titanic em Foco



http://oi65.tinypic.com/i73n8p.jpg Acima: O entusiasta Titânico brasileiro Taylor Moreira posa frente à famosa Doca Seca Thompson, em Belfast, capital da Irlanda do Norte, de braços abertos para o local onde há 105 anos o lendário navio que nomeia este blog repousou num dos últimos estágios de sua construção. A doca seca gigantesca foi construída em 1904 e mede 259 m de comprimento, 13 m de profundidade e 29 m de largura.
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Seja bem vindo ao Titanic em Foco

Que tal uma rápida viagem até o local onde nasceu o navio que há 105 anos navega pela história e interesse popular?

Em uma grata contribuição com o Titanic em Foco, o colega e entusiasta brasileiro Taylor Moreira presenteou o blog com as impressões de uma muito aguardada viagem até a cidade de Belfast, Irlanda do Norte, onde o lendário navio foi construído entre 1909 e 1912. Taylor viajou à cidade de Belfast nos primeiros dias de julho de 2017 e conferiu por dois dias a receptividade e os atrativos da cidade, no local que é hoje o maior centro turístico atrativo relacionado ao Titanic do mundo.

Não está habituado ao nome ou ao local? Belfast, capital da Irlanda do Norte, é a cidade onde estava sediado o famoso estaleiro Harland and Wolff, responsável pela construção do Olympic, do Titanic, do Britannic, dentre outras dezenas de embarcações da extinta empresa White Star Line - além de ter construído centenas de embarcações históricas para muitas outras companhias de navegação desde 1861, e por um período de quase 100 anos de atuação. O último navio construído pela empresa foi há 56 anos, o navio o SS Canberra, no começo da década de 1960, e a empresa hoje ainda existe mas opera com outros tipos de soluções tecnológicas, não mais se dedicando a criação de navios. 

Foram necessários 100 anos para que a cidade de Belfast percebesse, enfim, que o massivo legado deixado pelo naufrágio do Titanic metamorfoseou a história infeliz do grandioso e infeliz navio que saiu das mãos de seus trabalhadores, elevando-o à categoria de um mito cultural adorado internacionalmente graças, em parte, ao apelo romantizado atribuído ao Titanic pelos feitos do filme homônimo de James Cameron lançado em 1997. O nome do navio que por muito tempo foi a pesada memória de uma tragédia, hoje gera renda e visibilidade para a capital irlandesa.

Belfast finalmente há 5 anos fez definitivamente as pazes e abraçou com orgulho o Titanic novamente, e o relato que você lê aqui são as impressões de um brasileiro em sua emocionada aventura à cidade que viu o Titanic partir em abril de 1912 e retornar 100 anos depois sob novas formas e recebendo pessoas de todo o mundo.

Site Oficial do centro Titanic Belfast AQUI

Acompanhe
http://i48.tinypic.com/zikn7b.gifAo lado: Nesta cena de "Titanic" (1997), o Titanic aparece ancorado às margens da cidade de Cherbourg, na Franca, em 10 de abril de 1912, com o pequeno Nomadic transbordando passageiros vindos da costa francesa. Abaixo: O entusiasta Taylor Moreira posa com o histórico SS Nomadic, o último navio existente da extinta companhia de navegação White Star Line. O pequeno barco de 67 metros de comprimento foi especialmente construído para levar ao Olympic e ao Titanic os passageiros que embarcassem na primeira escala da viagem às margens da cidade de Cherbourg, na França, cujo porto não tinha capacidade de acolher navios de porte tão grande. Através do Nomadic 274 passageiros foram levados ao Titanic na tarde de em 10 de abril de 1912, incluindo Sir Cosmo Duff Gordon e sua esposa Lady Duff-Gordon, a milionária de Denver Margaret Brown [a famosa Molly Brown] e o industrialista Benjamin Guggenheim. Operando durante décadas a serviço da White Star Line, e posteriormente a serviço da Cunard White Star, o Nomadic transportou estrelas internacionais como Charlie Chaplin e Elisabeth Taylor. Aposentado em 1968, permaneceu de 1974 à 2002 ancorado no rio Sena em Paris como restaurante flutuante, totalmente descaracterizado. Hoje semi restaurado às suas formas originais somente graças à sua ligação direta com o Titanic, o Nomadic segue atracado precisamente no mesmo local de seu nascimento, e servindo como um grande atrativo turístico no chamado Titanic Quarter. Veja via satélite AQUI

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/c/c7/B-logo-1.png/570px-B-logo-1.pngelfast, 30 de Junho de 2017. Geralmente quando vejo o nome dessa cidade acompanhada de uma data, logo penso em 10 de Abril de 1912. Mas não, a data está correta. Para mim, esse dia entrou na história. O dia que realizei o sonho de todos aqueles que possuem a mesma paixão: conhecer Belfast, o berço do Titanic e seus irmãos. Sonhei com isso a minha vida toda, mas nunca tive a iniciativa de pesquisar como chegar lá, ver passagem aérea, hotel, quanto gastaria para essa viagem, etc. Afinal, Belfast fica na Irlanda do norte. Meio fora de mão para quem mora no Brasil.

Enfim, há umas duas semanas, comecei a me programar. Ganhei alguns dias de folga e finalmente esse sonho estava ganhando corpo e começando a sair do papel. Pesquisei tudo, passagem, hospedagem, passeios e graças à ajuda do meu amigo Rodrigo Piller e seu vasto conhecimento no tema, dei início a essa jornada. Peguei um voo saindo de Guarulhos com destino a Madrid. Foram 10 longas e cansativas horas de voo. Mas esse ainda era apenas 1/3 do trecho da viagem. Chegando em Madrid, peguei outro voo com destino a Dublin, na Irlanda. Havia pesquisado varias maneiras de chegar em Belfast. Existe trem, avião e ônibus partindo de Dublin. Por economia, optei pelo ônibus. O nome da empresa que faz o trajeto é Aircoach e o preço da passagem foi £ 12,00. A viagem durou cerca de 2 horas e confesso que não consegui apreciar a mesma, porque dormi o tempo todo. Estava muito cansado.

Cheguei em Belfast por volta das 08:00, horário de Brasília e 12:00 horário local em Belfast. 4 horas a mais de fuso. Quando desci do ônibus e me dei conta que estava em Belfast, a cidade que abrigou o nascimento do Titanic e lar de tantas pessoas envolvidas em sua construção, o cansaço foi embora.

Fui a pé ate o hotel, bem pertinho do ponto do ônibus, e maravilhado com a beleza da cidade. Diferente de tudo que já vi, com seus prédios antigos e elegantes. Ruas limpas e organizadas, crianças vestidas de social indo pra escola, a mão inglesa das ruas e dos carros dando um nó no cérebro e vez ou outra avistava nas lojas  uma pintura do Titanic na parede, o que me deixava mais animado ainda.

O tempo estava nublado e fazia muito frio. Mas para mim, estava perfeito. No caminho pro hotel, sem querer, encontrei um memorial em homenagem as vitimas do naufrágio. Esse memorial fica no Belfast City Hall. Uma espécie de museu que conta a história de Belfast. Existem várias salas que conta a história da cidade em fotografias e esculturas.

Foi quando me deparei com uma maquete grande e muito bem feita do Titanic, dentro de um Box de vidro e toda iluminada. Aquela sala era dedicada a história do Titanic e possuía além da maquete, fotos, documentos e um móvel que segundo uma informação anexada ao móvel, foi encomendado pela White Star Line para fazer parte da mobília do Titanic, mas não ficou pronto a tempo para embarcar. Depois de admirar por alguns minutos aquela maquete e tirar algumas fotos, segui para o hotel.
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Assim que avistei as ilustres “máquinas” da antiga Harland & Wolf, em amarelo com as inicias H & W meu coração acelerou. São muito visíveis e estão lá, imponentes. Estão lá desativadas, como uma memória da potência que foi essa empresa um dia naquela cidade. Deixei minha mala no hotel, peguei minha câmera e segui para conhecer o museu e finalmente ver de perto aquele lugar. A empolgação era tanta que nem parecia que tinha enfrentado quase 15 horas de viagem, somando os 2 voos e 1 ônibus. À medida que ia caminhando até o local, eu ficava verbalizando pra mim mesmo, onde eu estava e o que tinha acontecido naquele lugar. Eu não estava acreditando. Um sonho de anos estava sendo realizado. A sensação de estar naquele lugar é indescritível. Minha alegria era quase palpável. Foi quando avistei de longe, uma das pontas do museu, imitando a proa dos navios irmãos, Titanic e Olympic. Não sabia se contemplava aquela cena, se parava pra tirar foto ou se continuava até ele. Cada passo era uma emoção e sensação diferente.

Abaixo: Com 106 anos de intervalo, as duas fotos registram o mesmo local, numa vista da famosa Queen's Road, em Belfast, que durante três anos viu o Titanic surgindo por detrás dos galpões da Harland and Wolff, através das mãos e talento de milhares dos profissionais da cidade. A foto de época fora tirada em 1911 pouco tempo antes do lançamento do casco do Titanic, e a silhueta de seu formato aparece envolvida pelas estruturas dos imensos pórticos de construção ao fundo; hoje em seu lugar levanta-se o grande prédio moderno do museu em sua homenagem. Os trabalhadores que tomam conta da rua na foto terminavam mais um dia de árduo trabalho, e ao soar dos apitos às 17:30 da tarde seguiam para seus lares ao fim de mais um dia de obras. À direita é possível ver em ambas as fotos a proa do pequeno S.S. Nomadic, que em 1911 seguia sendo finalizado para servir ao Olympic e ao Titanic, e hoje retornou ao seu lugar de nascimento carregado de mais de 100 anos de história. Foto atual - Taylor Moreira.
http://imagizer.imageshack.us/a/img923/9243/hQxYjJ.gif

De repente, ao dobrar uma esquina, avisto o Nomadic. O navio irmão do Titanic, construído para auxiliar os outros irmãos maiores. Confesso que sabia pouco sobre ele, mas depois de muita conversa com o Rodrigo, passei a entender e me tornei fã da pequena embarcação que permanece viva, depois de 100 anos de vida. Parei um pouco ao lado do navio, tirei algumas fotos e segui para o Museu do Titanic. Esse me surpreendeu! Como é bonito! Muito alto e imponente com sua forma peculiar e arquitetura moderna. A placa de aço vazada escrito “Titanic” na frente do museu é ponto para fotos e vive sempre cheio de turistas querendo pegar a melhor posição. Não quis tirar foto naquele momento e entrei no museu. 


Me organizei para conhecer o museu no dia seguinte, no sábado. Na sexta, dia de minha chegada, eu ia conhecer apenas os ‘arredores’ do museu, que também é cheio de história. Após a porta giratória, cheguei ao átrio do museu. É bem amplo, possui 2 lanchonetes e 1 restaurante. Os doces e bolos de uma das lanchonetes  possuía bandeirinhas da White Star Line. Uma graça.
 
Possui também uma loja de souvenirs com artigos do Titanic além das bilheterias. Confesso que esperava mais da loja de souvenirs. Apesar de ter uma boa variedade de artigos, nada ali me surpreendeu muito. Já estive no Museu do Titanic em Orlando, na Flórida, e os artigos são praticamente os mesmos. Camisetas, chaveiros, quadros, livros, algumas joias, canecas e chocolates em caixas estilizadas com o Titanic. A exceção é que ali, os produtos possuem o selo de produto original.

Fiquei ali uns 5 minutos e logo saí pela “porta dos fundos” do museu que dá acesso ao local exato da construção do navio. Ali o coração realmente aumentou as batidas e as lágrimas se fizeram presente. O tamanho daquele lugar impressiona. E no chão, o desenho demarcando exatamente a posição de onde um dia esteve o Titanic e ao lado, seu irmão. Assim que pisei na ponta do desenho, representando a proa, fechei os olhos por um instante e uma sensação incrível tomou conta de mim. 

Ao lado: Nestas fotos tiradas com 106 anos de intervalo, Taylor registra o delineado onde antes se assentou o Titanic durante a construção, onde permaneceu entre o período do início das obras em 31 de março de 1909 e o momento do lançamento de seu casco em 31 de maio de 1911.

Uma forte emoção por estar pisando naquele lugar, no berço onde o mito começou sua inacreditável história. Exatamente onde o Titanic um dia começou sua história. Tudo começou ali. Abri os olhos e comecei a visualizar, imaginando toda a estrutura que foi montada ali, desde o início de sua construção até sua finalização e o lançamento no mar. Eu poderia me prolongar tentando explicar esse momento, mas nada que eu disser vai expressar a alegria, emoção e gratidão de estar naquele lugar. No mesmo lugar onde o Titanic esteve um dia.  Só estando lá para sentir e entender esse sentimento.

Há uma placa de vidro com o nome de todos que perderam suas vidas na tragédia. Comecei a andar sentido a popa, seguindo o desenho no chão que faz todo o contorno do navio. Inclusive as chaminés, os conveses, os botes. Mais uma vez, me emocionei ao estar “passeando pelo Titanic”. Fui até a popa, onde existe uma balaustrada de ferro imitando o desenho da proa e funcionando também como proteção, pois logo depois dali já é o mar. O mesmo mar, onde o Titanic deslizou em 31 de maio de 1911.

Abaixo: Taylor posa sobre o imenso desenho em tamanho natural da planta baixa do Titanic simplificada. Caso estivesse sobre o verdadeiro Titanic, Taylor estaria em pé exatamente sobre a chamada sala dos tanques d'água, situada entre a terceira a a quarta chaminés. O grande círculo oval a alguns metros adiante de Taylor trata-se da demarcação da posição da terceira chaminé. Adiante está o prédio do Centro Titanic, para onde aponta o formato afunilado da proa do navio redesenhado na imensa rampa de construção.Veja via satélite AQUI

Bem ao lado, está o desenho do Olympic. Mas com uma diferença. Existe um gramado, dividido em 4 partes e em tamanhos diferentes. Esse gramado representa, proporcionalmente em tamanho, o número de vítimas do naufrágio do Titanic. Um gramado, maior representa as vidas perdidas da terceira classe. Outro, um pouco menor, da segunda classe e um menor, representando as mortes da primeira classe. Há também um gramado, do mesmo tamanho do da terceira classe, representando as mortes da tripulação.

Fiquei ali por quase 2 horas, refletindo sobre o que tinha acontecido naquele lugar e tirando algumas fotos.  O cansaço começou a bater e resolvi ir pro hotel. Fiquei vendo as fotos que tirei ao som da trilha sonora do filme de James Cameron e as vezes não acreditava que tinha pisado naquele lugar; mal consegui dormir a noite, de tanta emoção e ansiedade pelo dia seguinte. 

Antes do despertador tocar, eu já tinha acordado. Comecei a me preparar e logo já estava a caminho do museu. Comprei pelo aplicativo Get Your Guide um ticket que dava acesso ao Museu + visita ao Nomadic. Custou £ 20,00. Comecei primeiro pelo Museu. Antes, fiquei um pouco ali no átrio, admirando tudo novamente. É muito bonito. Aproveitei e fui na bilheteria e comprei a entrada na Doca Seca. Custou £ 3,00. O senhor da bilheteria me recomendou, visitar o museu, ir ao Nomadic e depois ir a Doca Seca.

Subi então a escada rolante para a entrada da exposição. Um funcionário sorridente pegou o ticket e me deu as boas vindas. Disse que era permitido fotografar, mas sem flash.  A exposição é bem extensa, e conta absolutamente toda a história do Titanic, desde os tempos que ainda nem se sonhava em construir o maior navio da história, até então.  A exposição é bastante interativa, com luzes e sons nos dando a sensação de estar presente em determinado ponto da história. 

Depois de passar por umas 3 salas contando a história da White Star Line, antes do Titanic, e de pessoas envolvidas com a companhia bem como os navios que foram construídos antes do Titanic, é preciso pegar um elevador que nos leva até o último andar do museu. Saindo do elevador, muitas fotos em alta resolução sobre o início da construção do Titanic. Muito lindas e algumas eram raras pra mim.

De repente, uma surpresa. Um carrinho guiado sob um trilho, assim como em parques de diversões, que mostrava em vídeos e fotos, momentos da construção, homens trabalhando, martelando rebites e algumas caldeiras, que transmitia calor. Esperava mais, pela estrutura que foi montada, pois, além de durar pouco esse ‘trajeto’, não mostrou nada de tão interessante. Só vídeos de atores simulando os construtores martelando rebites e algumas fotos reais. Uma voz saia de uma caixa de som do próprio carrinho simulando também conversas entre os construtores e algumas situações que eles enfrentavam.

Saí desse carrinho e segui conhecendo o museu. A próxima sala pra mim foi a mais interessante. Um painel muito grande com a famosa foto do Titanic ainda sendo construído e com seu nome no casco, bem visível. Essa era a ‘porta de entrada’ da sala com uma vista belíssima da parte externa do museu, onde era possível visualizar com muita clareza, o local da construção dos navios bem como observar o desenho no chão representando o local que eles estavam. Dessa vez, olhando de cima, dá pra ter uma noção melhor sobre o tamanho de tudo. A sala possui alguns bancos. Sentei em um deles e fiquei observando toda aquela imensidão do pátio e relembrando tudo o que aconteceu ali.

Abaixo: Margeada pelo rio Lagan, a esplanada é o exato local onde antes estavam alocadas as rampas e os pórticos de construção do Titanic [esquerda, concreto] e do Olympic [direita, com gramado fracionado]. Foi exatamente daqui que em 31 de maio de 1911 a elegante proa do Titanic deslizou rumo ao seu meio natural pela primeira vez acompanhado pelos olhares estupefatos de uma multidão de milhares de curiosos. Hoje o local é um imenso memorial à história. 

As salas seguintes mostravam fotos de sua finalização na doca seca, alguns pôsteres da White Star Line anunciando seu lançamento e fotos da época. Foi então que entrei numa sala escura, com sons que imitava o código Morse. Era a sala que contava seu naufrágio. A sala é fria, escura, o que te faz imergir na história mais ainda e na situação do naufrágio. Na parede, textos das conversas entre o Titanic pedindo ajuda aos navios próximos. Tudo sequencial.

Abaixo: Neste vídeo um dos atrativos interativos do Centro Titanic Belfast, que é projetado em uma enorme tela imersiva em formato de "D" que faz o visitante ter uma breve sensação de estar "dentro do Titanic" através do vôo em computação gráfica por alguns dos espaços icônicos dos interiores do navio de luxo.


A próxima sala é dedicada ao ‘pós naufrágio’ e mostra fotos e documentos da época.  Alguns jornais relatando o naufrágio, algumas fotos dos sobreviventes chegando em Nova York, da audiência marcada para entender o naufrágio, etc. Uma réplica do bote em tamanho real ocupa uma das salas. Um cenário montado representando um dos quartos da primeira classe e uma sala com telas em forma de D mostrava cenas do interior do Titanic, desde a sala de máquinas, até a ponte de comando.

Há também uma sala de cinema que mostra cenas de uma expedição feita ao Titanic e uma outra sala mostrando tudo que foi feito ao longo da historia a respeito do assunto. Filmes, livros, series, documentários, musicais. A lista é bem grande.

Assim que terminei a visita, segui para o Nomadic. A emoção tomou conta quando entrei na pequena embarcação e a guia local contou brevemente a história do navio, contando que aquele era o navio real, construído a mais de 100 anos. Algumas poucas partes foram reconstruídas pelo desgaste do tempo, mas que quase tudo ali era original da época. Ela comentou da porta de entrada. Disse que era original e que por ali já haviam passado celebridades como Charles Chaplin, Elizabeth Taylor e o direto James Cameron. Além é claro, dos passageiros em Cherbourg que foram levados até o Titanic através dele. Parece que é de propósito essa pequena introdução, porque você entre no navio mais animado ainda em saber de tudo isso. Comecei então a passear pelo Nomadic, visitando cada espaço, sala e cômodo do navio. É emocionante. Saber que não se trata de uma réplica ou maquete gigante. É o irmão do Titanic. O próprio!

Abaixo: Aqui Taylor posa a bordo do SS Nomadic hoje restaurado. O detalhe fica por conta do padrão geométrico colorido do piso de linóleo que coincide quase perfeitamente com o mesmo padrão de design e cor utilizado no enorme salão de jantar de primeira classe do Titanic. Uma surpresa que aconteceu durante o processo de restauro do pequeno barco, através da descoberta de frações do piso original, que foi então reproduzido tal e qual teria sido em 1912.
Permaneci no navio quase 2 horas, registrando cada momento, tirando fotos e refletindo novamente a história daquele navio e da importância que ele teve na história da White Star Line.

Segui para a Doca Seca. Na verdade, ela fica um pouco distante do Titanic Quarter, então, peguei uma espécie de trenzinho motorizado com um guia muito simpático que foi contando as histórias que ele sabia do Titanic e daquele lugar.

Chegando na Doca Seca, fui rapidamente entrando para conhecer. Existe uma lanchonete naquele casarão que aparece em uma foto do Olympic na doca, e funciona também como bilheteria. Tinha muita curiosidade em visitar aquele lugar, pois a grande maioria das fotos existentes do Titanic e seu irmão, foram tiradas ali. E realmente o lugar te leva a relembrar isso, pois em vários pontos da Doca Seca, tanto na parte de fora como em seu interior, existem placas que mostram onde algumas fotos foram tiradas. Isso para o turista entender, conhecer e tentar reproduzir as fotos. Reproduzi todas as fotos que foram tiradas ali e o resultado foi interessante. 

Abaixo: Nesta comparação de fotografias Taylor posa dentro da doca seca Thompson, em Belfast, a menos de 1 Km de distância das rampas de construção onde foram construídos o Olympic, o Titanic e o Britannic. Foi aqui onde foram realizados os trabalhos finais de equipagem dos navios, especialmente as obras de pintura do casco.  A foto de época, exaustivamente repetida na Internet como sendo das hélices do Titanic, na realidade trata-se do Olympic muitos anos após o naufrágio do Titanic, quando passava por obras de reparos; no entanto a comparação ilustra bem as dimensões das obras, tanto da doca quanto dos dois navios gêmeos. Como fato curioso, a maquinaria equipada junto à doca tinha capacidade de bombear os seus 26 milhões de galões d'água em apenas 1h e meia, a uma velocidade de 2 piscinas olímpicas por minuto. Um esvaziamento que durante a estadia do Titanic dentro da doca teve de ser feito de modo desacelerado em virtude de garantir a segurança do procedimento.

Foi muito interessante visitar a Doca Seca. É um lugar muito grande e profundo. Emocionante saber que ali foi também de certa forma, um berço do Titanic e onde ele foi finalizado e lançado ao mar para sua curta, trágica e marcante viagem. O tempo fechou assim que cheguei à Doca Seca, o que dificultou um pouco o passeio e as fotos não ficaram exatamente como eu queria. Mas consegui registrar o momento com bastante fotos e vídeos. Por ser muito grande, gastei bastante tempo na Doca para conhecer tudo. Mesmo com o tempo fechado, garoando forte, além do frio, consegui conhecer tudo. Desci até seu interior, onde existe até hoje a vértebra que sustentou o Titanic. Andava passando a mão nessa vértebra para sentir a emoção de estar tocando em algo que um dia esteve o Titanic. Emocionante. Porém o interior da Doca é um lugar um sujo, com muito lodo devido a umidade e algumas substâncias gosmentas no chão, não identificáveis. É um pouco nojento. Porem vi isso somente nas extremidades e nas paredes.


Assim que terminei o passeio na Doca, o tempo abriu. Segui de volta para o Museu. No caminho de volta, o trenzinho passou bem próximo das maquinas da Harland & Wolf e pude ver o tamanho que elas realmente são. É impressionante. Voltei ao lugar da construção dos navios irmãos e permaneci ali por alguns momentos, novamente contemplando tudo. O passeio temático havia acabado. Consegui visitar e conhecer tudo que aquele lugar havia para contar a história.

Tirei o tempo restante para ir a loja de souvenirs ver o que poderia comprar e levar de lembrança. Comprei um calendário 2018 com imagens do Titanic, pinturas e fotos reais. Alguns cartões postais, uma caneca e claro, o colar “Coração do Oceano” que não pode faltar na coleção de um Titânico. Havia muitos livros, mas nenhuma deles me chamou a atenção.

Permaneci ainda na frente do museu admirando mais uma vez aquela arquitetura, tirando algumas fotos e agradecendo a Deus, pela oportunidade de poder visitar aquele lugar, que tanto sonhei um dia em conhecer. Conhecer de perto o local onde o Titanic iniciou sua jornada, será inesquecível! Algo que vou levar pra sempre em meu coração e pensamento. Além das muitas e muitas fotos e vídeos que fiz, registrando cada momento.

As sensações são tão variadas quanto indecifráveis. Impossível descrever a emoção de pisar e tocar onde um dia o Titanic esteve. Acho que pra superar isso, só descendo até o próprio e vê-lo de perto. Me sinto realizado como fã. Fã da sua história, da curta trajetória e do legado de sentimentos que ele deixou no coração de todos que amam sua história. Agradeço ao Rodrigo Piller por mesmo de longe, ter sido meu guia e gastado seu tempo me dando uma aula de história sobre o tema e me ajudando a identificar lugares em Belfast. Voltei pra casa com o coração pesado de gratidão a Deus e a memória cheia de lembranças. 

Vídeos


Agradecimento
Ao amigo Taylor Moreira por aceitar publicar seu depoimento através do Titanic em Foco e pela grande e paciente colaboração
.Crédito
Depoimento e fotos Taylor Moreira / Edição Rodrigo,Titanic em Foco

2 comentários:

guivand disse...

Olá Taylor, gostaria de saber se você visitou também a sala de projetos onde o Titanic foi projetado?? Pois é também sem dúvida um local repleto de história, lugar onde o sonho tornava-se real.=)

Rodrigo, Titanic em Foco disse...

Oi amigo, o Taylor não poderá responder aqui, mas falo por ele.

Ele não esteve no galpão de projetos nesta visita porque ela estava em processo de restauração para abrir como hotel, fato que aconteceu recentemente. Os visitantes que se aventurarem por lá agora já podem se aventurar e até pernoitar junto das rampas de construção.

Aqui tem uma matéria com video ao final
http://www.irishnews.com/news/2017/09/11/news/inside-belfast-s-new-titanic-hotel-1132757/

Até mais amigo.