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quarta-feira, 13 de novembro de 2013

R.M.S. Titanic: Linha do tempo

Acima: Uma representação gráfica resumida da trajetória do Titanic. Fotos - Ken Marschall /
Emil Besirevic / Titanic (1997)
Seja bem vindo ao Titanic em Foco

 A cronologia de datas e eventos que você irá acompanhar na matéria a seguir constitui-se de destaques da história do R.M.S. Titanic. Os momentos entre a noite de 14 e a madrugada de 15 de abril de 1912 são aproximados, baseados nos testemunhos obtidos no Inquérito Britânico sobre o desastre em 1912.

O texto fora compilado pela primeira vez para o livro "The Discovery of the Titanic" ("A descoberta do Titanic", capa ao lado), escrito pelo explorador marinho que encontrou os destroços do Titanic, Robert Ballard, que fora um campeão de vendas ao redor do mundo.

Para ilustrar esta matéria foram utilizadas fotos reais de época, ilustrações de variados artistas e animações de cenas de filmes relacionados ao Titanic.

Acompanhe
A linha do tempo do R.M.S. Titanic
Origens

1867 – Thomas Henry Ismay adquire a White Star Line. Uma linha de barcos à vela, originalmente fundada por volta de 1850, e principalmente envolvida no comércio de garimpo australiano.

1869 – Ismay forma a Oceanic Steam Navigation Company (Companhia de Navegação de Vapores do Oceano) com o propósito de estabelecer a White Star Line, uma linha de navios a vapor no serviço de transporte de passageiros na rota do Atlântico.

1869, 1870 – Os primeiros navios da White Star Line são construídos pela Construtora Harland & Wolff de Belfast, Irlanda do Norte.

1891 – Joseph Bruce Ismay, filho de Thomas H. Ismay, é admitido como sócio da White Star Line. Ele assume após a morte de seu pai em 1899.

1894 – William J. Pirrie se torna presidente da Harland and Wolff.

1898 – O autor americano Morgan Robertson publica o romance "Futility" ("Futilidade"), no qual um navio de passageiros inglês chamado Titan atinge um iceberg e afunda em sua viagem inaugural no mês de abril no Atlântico Norte. O navio ficcional foi posteriormente reconhecido por ser extremamente similar ao Titanic em tamanho, velocidade, equipamentos, número de botes salva-vidas, quantidade de passageiros e vítimas. Seu livro, também entitulado "The Wreck of the Titan" ("O naufrágio do Titan"), entrará para a história como provável evidente premonição do desastre do Titanic, que aconteceria 14 anos depois do lançamento da obra de Morgan Robertson.


1902 – A White Star Line é comprada pela International Mercantile Marine Company, um conglomerado comandado pelo financiador norte-americano John Pierpoint Morgan. Os navios da White Star Line continuariam a operar sob a bandeira britânica, com tripulação britânica, mas a companhia seguiu essencialmente controlada pelos interesses americanos.

1904 – Joseph Bruce Ismay, então com 41 anos, com o total suporte de Morgan, se torna presidente e diretor administrativo da International Mercantile Marine com total poder de controle. Ao mesmo tempo William J. Pirrie, presidente da Harland and Wolff, se torna um diretor da Mercantile Marine.

A idealização

1907 – Em um jantar festivo na mansão de William J. Pirrie, em Londres, Ismay discute a construção de dois grandes navios (e um terceiro a ser adicionado mais tarde) para competir com luxo, tamanho e velocidade com os navios rivais de outras companhias. Estes navios seriam chamados de “Olympic Class Liners" (Navios Classe Olympic), e foram planejados especificamente para ultrapassar a Cunard Line no luxo do comércio de transporte de passageiros.

 
Ao lado: Desenhistas são filmados durante suas funções no imenso escritório de projeção dos navios da empresa Harland and Wolff durante  o trabalho de elaboração dos transatlânticos  da classe Olympic por volta de 1910. Ao fundo do salão vê-se um grande modelo em escala dos novos navios da classe (Olympic e Titanic) configurado como um corte lateral longitudinal para uma visualização básica do que  viriam a ser os novos navios da classe. O grande galpão dos projetistas sobreviveu ao tempo e a falência da empresa, e hoje segue restaurado funcionando como parte do roteiro turístico da cidade de Belfast no chamado "Titanic Quarter"", onde está também o museu dedicado ao Titanic, junto da rampa de construção de onde os navios foram construídos e lançados entre 1908 e 1911.

1908, 29 de julho – Os proprietários da White Star Line, incluindo Ismay, aprovam as plantas principais para os navios da Olympic Class, preparadas pelos construtores da Harland and Wolff sobre a supervisão direta de Lord Pirrie, com a assistência de seu sobrinho Thomas Andrews.

1908, 31 de julho – Um contrato é assinado para a construção nos estaleiros de Belfast do Olympic, do Titanic e um terceiro navio-irmão, o Gigantic (rebatizado de Britannic após o desastre do Titanic). Decisões finais sobre design, equipamentos e decoração são feitas por Bruce Ismay. O tamanho do Titanic seria de 269,1 m. de comprimento, 28,6 m. de largura e 30,4 m. do fundo do navio até o nível da Ponte de Comando. O custo final: aproximadamente £ 1.500.000 Libras ou $ 7.500.000 Dólares. Novas docas têm de ser construídas em ambos os lados do Atlântico para acomodar o tamanho de tais navios. A Harland and Wolff constrói rampas especialmente reforçadas para aguentar o peso das obras, e um novo pórtico de construção sobre o qual os navios serão erigidos.

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A construção
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1908, 16 de dezembro – A quilha de número 400 é assentada na Harland and Wolff, a construção do Olympic começa.

1909, 31 de março – É assentada a quilha de número 401, começa a construção do Titanic.
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1910, 20 de outubro – O casco do Olympic é lançado com sucesso (na animação ao lado).

1911, 31 de maio – O casco do Titanic é lançado com sucesso, assistido por mais de 10.000 pessoas. Naquele momento, junto com o Olympic, eles eram os maiores objetos móveis já construídos pelo homem. Vinte e dois mil quilos de sebo, sabão e óleo de trem são utilizados para engraxar a base da rampa de construção e proteger o casco do navio contra enorme pressão de três toneladas por polegada quadrada.

O Titanic então é levado para a base de equipagem da Harland and Wolff nas proximidades do estaleiro. O processo de equipagem é iniciado. FATO: Durante o processo do lançamento do casco do Titanic, o trabalhador James Dobbin (43 anos) teve a perna esquerda esmagada quando uma das centenas escoras de madeira que apoiavam o casco do navio caiu sobre si; ele chegou a ser socorrido e transferido para o "Belfast Royal Victoria Hospital", mas faleceu dois dias depois devido à gravidade dos ferimentos.

 
Ainda em 31 de maio - O Titanic atado à doca de equipagem da Harland and Wolff poucas horas depois de seu lançamento se assenta bastante alto sobre o rio Lagan como resultado de ser, neste momento, algo como um casco vazio, faltando em seus interiores maquinários, equipamentos e demais aparatos operacionais que serão instalados desta data em diante. O navio permanecerá atado aqui durante os próximos meses para que os trabalhadores  de Belfast prossigam com o processo de finalização. Ainda nesta tarde o pequeno barco SS Nomadic, construído também pela empresa é fotografado em movimento junto ao Titanic. Ele carrega passageiros e dignatários que assistiram naquele dia o lançamento festivo do Titanic e a partida do Olympic no mesmo dia, que acabara de ser finalizado e está em rota para a cidade de Liverpool. Mais adiante o Nomadic vai servir como barco de transbordo na cidade de Cherbourg, França, onde transportará proeminentes passageiros que irão embarcar no Titanic, como os Astor e Margareth Brown.


1911, junho – O Olympic começa sua viagem inaugural.

1911, julho – É firmada a data da viagem inaugural do Titanic pela White Star Line e a Harland and Wollf, 20 de março de 1912.

1911, setembro - O Titanic está atracado junto à base de equipagem da Harland and Wolff, em Belfast, e os trabalhos de equipagem prosseguem a todo ritmo. São feitas alterações visíveis nas duas laterais superiores do navio: Mais de 70% das grandes janelas envidraçadas localizadas no Convés B (bombordo e estibordo) são removidas e substituídas por janelas retangulares ligeiramente menores para novas cabines. O Convés B, originalmente equipado com janelas grandes como Convés de Passeio coberto da 1ª classe, agora é completamente ocupado por cabines adicionais da 1ª classe, pelo novíssimo Café Parisiense (inovação do Titanic em relação ao Olympic) e por um acréscimo no tamanho do Restaurante ALa Carte. A remodelação de janelas no Convés B do Titanic se torna então um fator que ligeiramente o diferenciará no futuro em relação ao Olympic. Apesar da evidente troca de janelas no Convés B, o famoso Convés de Passeio (Convés A) ainda permanece sem receber as famosas janelas de vidro nas suas duas metades dianteiras; fato que só ocorrerá no estágio final da construção, em março de 1912.

 
1911, 20 de setembro – O Olympic (sob o comando do Capitão Edward John Smith, que mais tarde seria o Capitão do Titanic) têm seu casco gravemente danificado em uma colisão com o navio cruzador da Marinha H.M.S. Hawke. A viagem inaugural do Titanic é retardada devido à necessidade de ceder materiais e trabalhadores para efetuar reparos no Olympic.

 
1911, 11 de outubro – A White Star Line anuncia oficialmente a nova data para a viagem inaugural do Titanic no jornal London Times, 10 de abril de 1912.

1911, dezembro - Atracado junto a base de equipagem da Harland and Wolff, em Belfast, o Titanic agora já conta com seu visual externo parcialmente completo, com três de suas quatro chaminés de 19 metros de altura já instaladas. A famosa "chaminé decorativa" será instalada até janeiro de 1912. A quarta e última chaminé do Titanic, apesar de ser hoje conhecida como "postiça" ou "decorativa", não era funcionalmente inválida: atuava como indutor e exaustor de ventilação para dezenas de partes do navio, e também eliminava a fumaça de parte das cozinhas e da lareira da Sala de Fumantes da 1ª classe, situada diretamente abaixo.

 
1912, janeiro – Dezesseis botes salva-vidas são instalados no Titanic sob os guindastes do modelo Welin (projetados para suportar dois botes salva-vidas em cada conjunto). O projetista original, Alexander Carlisle (que já não era mais empregado da Harland and Wolff) tinha sugerido guindastes capazes de carregar mais botes. Mas apresentou isto como medida de economia, e não sob interesse de aumentar a segurança do navio. As regulamentações extremamente antiquadas da Câmara do Comércio certificavam que os 20 botes salva-vidas do Titanic (incluindo 4 botes “desmontáveis”) na realidade excediam as exigências em 10 % da capacidade exigida por lei.

 
1912, 03 de fevereiro – O Titanic é assentado com sucesso na doca seca Thompson em Belfast, Irlanda do Norte. Aqui serão realizados os trabalhos de finalização, tais como pintura do casco, término das acomodações interiores, instalação das três hélices e demais arremates.

O Titanic ainda permanece visualmente muito similar ao seu navio-irmão, o Olympic, especialmente porque ainda não recebeu as famosas janelas envidraçadas ao longo da metade dianteira do Convés de Passeio.

Um cinegrafista grava um pequeno filme do Titanic com sua câmera manual enquanto o navio é rebocado vagarosamente para dentro da doca seca. Posteriormente o filme será editado em formato de micro-documentário sobre a tragédia e passará à história como o único filme verídico existente do famoso navio (na animação acima).


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1912, 24 de fevereiro - O RMS Olympic, navio-irmão do Titanic, é danificado quando colide com um objeto submerso enquanto é comandado pelo capitão Edward John Smith, a 639 Km da Ilha de Terra Nova, e perde uma pá de sua hélice de bombordo.

1912, março – A tripulação de engenheiros se junta ao navio em Belfast, alguns começam literalmente a viver a bordo.

1912, 02 de março - A equipagem final do Titanic é afetada quando ele é obrigado a ceder lugar e materiais na Doca Seca Thompson para que sejam feitos trabalhos de reparos na hélice de bombordo do Olympic, danificada alguns dias antes, em 24 de fevereiro. Nos próximos dias várias fotos dos dois navios-irmãos reunidos pela última vez lado-a-lado são tiradas. Nunca mais os dois navios iriam reencontrar-se. Nesta reta final da construção o Titanic finalmente receberá a instalação das famosas janelas envidraçadas nas duas secções dianteiras do Convés de Passeio da 1ª classe (Convés A); fator que irá diferenciá-lo no futuro de maneira evidente em relação às fotos do Olympic. CURIOSIDADE: A instalação de janelas envidraçadas nas duas metades dianteiras do Convés de Passeio da 1ª classe (Convés A) do Titanic, foi diretamente causada pela completa perca do Convés de Passeio envidraçado da 1ª classe (Convés B), que foi integralmente tomado pela construção de cabines adicionais da 1ª classe, pelo novíssimo Café Parisiense e pelo aumento na largura do Restaurante ALa Carte. A necessidade de possuir um passeio semi protegido contra o mal tempo, obrigou os proprietários do Titanic a mudarem a configuração do Convés A na reta final da construção.

Olympic ..............................................................................Titanic

1912, 06 de março - Quando o Olympic finalmente deixa a doca seca, cedendo lugar novamente para a finalização do Titanic, acontece uma oportunidade única: O fotógrafo Robert Welch, que fotografou toda a construção dos dois navios-irmãos, se posiciona sobre a lateral de estibordo dos conveses superiores do Olympic e tira uma foto panorâmica do Titanic em pleno processo de pintura. A fotografia deixa evidente o processo de últimos retoques do Titanic, que ainda têm parte de seus conveses brancos superiores e o casco recebendo uma camada de tinta.



1912, 25 de março – Os botes salva-vidas são testados; suspensos para fora, baixados, e içados para a posição sob os guindastes.

1912, 31 de março – Exceto por detalhes menores em algumas suítes de passageiros, a equipagem do Titanic está completa. Sua capacidade inclui 46.328 toneladas brutas, com aproximadamente 52.250 toneladas de deslocamento, 46.000 cavalos de potência com 29 caldeiras, 159 fornos e 04 chaminés com cerca de 19 m. de altura. Ele tem 03 hélices e estima-se que seja capaz de se deslocar a 24 nós (44,4 Km/h) a toda velocidade (apesar de que isto nunca tenha sido colocado em teste). Apesar do fato de que o Titanic e seu navio-irmão, o Olympic, serem idênticos em dimensões (altura, largura e comprimento), mais cabines e suítes foram construídas no Titanic (além de adições estruturais), fazendo-o mais pesado. O Titanic é agora o maior navio do mundo devido ao seu peso ligeiramente maior em relação ao Olympic.

1º de abril de 1912 – Os testes no mar são adiados devido aos fortes ventos em Belfast. O Titanic agora finalmente já possui janelas envidraçadas nas duas secções dianteiras do Convés de Passeio da 1ª classe (Convés A), que foram instaladas rapidamente de última hora nos 30 dias finais da construção.

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2 de abril, 6:00 h da manhã – Os testes no mar começam. O Titanic é ajudado por duas lanchas através do Canal Victoria para o Belfast Loungh. Todos os equipamentos são testados, incluindo o aparato de telegrafia. São empreendidos os testes de velocidade e manobrabilidade, incluindo várias curvas e manobras de paradas e arrancadas. Grandes testes de parada são conduzidos: corridas em linha reta a 20 nós (37 Km/h) e então paradas com toda força à ré.

 
14:00 – Testes de funcionamento são feitos. Ele navega por cerca de duas horas (cerca de 40 milhas / 74 Km) até o Mar da Irlanda em uma velocidade máxima de 18 nós (33,3 Km/h), e então retorna em duas horas para Belfast. Todos os testes estão de acordo com os padrões da Câmara do Comércio. Os testes são concluídos em menos de 1 dia.

20:00 – O Titanic deixa Belfast sob o comando do Capitão Edward John Smith para uma viagem noturna para Southampton, seu porto de embarcação, a cerca de 570 milhas de distância (1.055 Km). A cidade que por três anos construíra o Titanic jamais voltaria a vê-lo novamente.

3 de abril – O Titanic chega a Southampton logo depois da meia noite para começar o processo de aprovisionamento e contratação de pessoal para a viagem inaugural.


5 de abril, Sexta-Feira Santa – O Titanic é decorado com bandeirolas para saudar os moradores da cidade de Southampton. Esta é a única ocasião onde ele é decorado.


6 de abril – Dia de recrutamento para a maioria dos membros faltantes da tripulação. Começa chegar a carga geral. A carga final inclui 559 Toneladas e 11.524 peças avulsas. É também embarcado a bordo 5.892 Toneladas de carvão. É embarcado também o Renault vermelho, ano 1912, de 25 hp, pertencente ao milionário norte-americano William Carter, considerado um dos carros de passageiros mais velozes do mundo.

Abaixo e ao lado : Nesta foto dos bastidores de "Titanic" (1997), o famoso Renault vermelho que pertencera ao passageiro William Carter é mostrado durante o processo de embarque. Hoje os mais recentes estudos históricos sobre o verdadeiro Titanic apontam que o Renault de William Carter fora transportado nos porões do transatlântico semi-desmontado e plenamente lacrado em uma caixa. O carro teria sido embarcado no navio no dia 06 de abril de 1912, quatro dias antes da partida.
 
8 de abril – Suprimentos de comida fresca são trazidos a bordo. Todos os preparativos finais são supervisionados até o ínfimo detalhe pelo engenheiro Thomas Andrews.

A viagem 
10 de abril, quarta-feira, dia da partida 


7:30 – O Capitão Edward John Smith embarca no Titanic com toda a tripulação. Os oficiais passaram a noite a bordo. Smith recebe o informe de navegação do Oficial Chefe Wilde.

8:00 – A tripulação inteira é convocada, reunidos para um breve teste de arriação de apenas dois botes do lado de estibordo, os Nºs 11 e 15.

Abaixo: Membros da comissão britânica de investigação sobre o desastre do Titanic efetuam um teste de arriação do bote salva-vidas Nº 09 (estibordo) do RMS Olympic na cidade de Southampton em 06 de maio de 1912, vinte e um dias após o desastre do Titanic. Na manhã de 10 de abril, o dia da partida, o mesmo tipo de teste fora feito com dois dos botes salva-vidas do Titanic enquanto o navio ainda estava atracado junto à Doca Nº 44. Os botes salva-vidas de ambos os navios-irmãos foram instalados a 18,44 metros acima do nível da água, uma altura que pareceu ameaçadora para os amedrontados passageiros na escura e fria madrugada de 15 de abril de 1912.

 
9:30 as 11:00 – Os trens da 2ª e 3ª classes chegam e os passageiros embarcam.

11:30 – Estaciona ao lado da doca o trem dos passageiros da 1ª classe de Londres. Os passageiros da 1ª classe embarcam no navio e são escoltados até suas cabines.

 
12:15
- O Titanic levanta âncora e afasta-se da Doca Nº 44 puxado por seis rebocadores, entre eles o rebocador Vulcan. Já propulsionado per seus próprios motores, o Titanic contorna a linha do cais de Southampton, descendo pelo Rio Test. O destino é New York (chegada prevista para a quarta feira seguinte, 17 de abril), com escalas em Cherbourg (França) e Queenstown (atual Cobh, na Irlanda).


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Ao lado: Neste trio de fotografias sequenciais, o Titanic é visto ao contornar lentamente a linha do cais de Southampton auxiliado pelos rebocadores Albert Edward, Hercules, Vulcan, Ajax, Hector e Neptune. Pouco mais adiante junto das docas estão atracados os navios SS New York e RMS Oceanic, ambos inativos devido a greve dos carvoeiros.

Por volta das 12:20 - O Titanic é fotografado a partir do navio atracado SS Beacon Grange, alguns poucos minutos após soltar amarras. Aqui nesta foto o grande transatlântico faz a primeiríssima curva da viagem ao contornar a linha do porto da cidade. Um dos fotógrafos a bordo do Beacon Grange aguarda pacientemente com sua câmera para obter um registro do Titanic.

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Ao passar ao lado dos navios RMS Oceanic e SS New York, atracados lado a lado nas docas 38 e 39, a sucção de seu poderoso deslocamento causa o chamado “efeito canal”, fazendo balançar o navio New York, que arrebenta seis grossos cabos de amarração de 15 cm de diâmetro. O New York então se movimenta perigosamente com a popa em rota de choque contra o costado de bombordo do Titanic. No derradeiro instante a colisão é evitada pelo rebocador Vulcan, que alcança um cabo arrebentado do navio a deriva. A popa do New York deixa de atingir o casco do Titanic por escasso 1,20 m. Apesar da situação de alto risco, ambos os navios saem ilesos.  Este incidente, junto com a anterior colisão entre Olympic e Hawke em 1911, indica uma falta de familiaridade - dos responsáveis por manobrá-los - com navios de tal porte.

 
13:00 – O Titanic recomeça sua viagem de 24 milhas (44 Km) descendo o English Channel em direção a Cherbourg, França.

14:35  Depois de acompanhar o Titanic partindo de Southampton e através do Solent por Cowes e Pela Ilha de Wight, o prático George Bowyer é desembarcado em Nab Light. O momento aqui foi capturado em foto pela preciosa câmera do passageiro de 1ª classe Francis Browne - note o letreiro claramente visível "SS Titanic" na placa afixada ao bote salva vidas nº 10 no topo. O barco Vigilant - base de trabalho e transporte do prático Bowyer - é visto à direita ao largo do Titanic. Profundamente familiarizado com os grandes navios e suas tripulações, o gentil Bowyer acena amigavelmente com um adeus aos oficiais do Titanic e os deseja uma travessia exitosa ao mesmo tempo em que lembra que os reverá em pouco mais de duas semanas.


16:00 – O trem de passageiros vindo de Paris chega a Cherbourg. É anunciado a chegada atrasada do Titanic.

17:30 – Em Cherbourg os passageiros finalmente embarcam nas lanchas e esperam para serem levados até o Titanic.

18:30 – O Titanic ancora no porto de Cherbourg com todas as luzes acesas. Vinte e dois passageiros desembarcam, e alguma carga também é desembarcada.


20:00 – 274 passageiros de Cherbourg já estão a bordo, e as lanchas então voltam para a costa.

20:10 – As âncoras são levantadas e o Titanic segue para Queenstown, Irlanda, encaminhando-se através do English Channel e ao redor da costa Sul da Inglaterra.

11 de abril, Quinta-feira, pela manhã – O Capitão Smith coloca o Titanic sob novos testes fazendo curvas com o navio para testar sua manobrabilidade.

11:30 – O Titanic ancora em Queenstown a cerca de 2 milhas (3,7 Km) da costa. 113 passageiros da 3ª classe e 7 da 2ª classe embarcam com 1.385 sacos de correspondências. Sete passageiros desembarcam.

 
13:30 – A âncora de estibordo (direita do navio) é levantada pela última vez e o Titanic parte em sua primeira travessia transatlântica para New York. O número total estimado de passageiros e tripulação a bordo: 2.227 (o número exato total é ainda hoje desconhecido devido a discrepâncias nas listas). A última fotografia conhecida do Titanic é tirada neste dia. Daqui em diante o Titanic só será fotografado novamente 73 anos após a tragédia, em 1º de setembro de 1985, quando os destroços finalmente serão encontrados por Robert Ballard.

 
De 11 a 12 de abril – O Titanic cobre 386 milhas (714 Km) em tempo bom, calmo e claro.

De 12 a 13 de abril – O Titanic cobre 519 milhas (961 Km). O tempo bom continua. Vários alertas são recebidos, o que não é incomum em travessias feitas em abril.

13 de abril, 22:30 – Um alerta de campo de gelo pesado é passado pelo navio Rappahannock, que foi danificado durante a passagem pelo campo de gelo.

14 de abril, domingo, 9:00 – O Titanic recebe mensagem telegráfica do navio Caronia alertando sobre gelo e icebergs em 42ºN, de 49º até 51ºO.

10:30 – Um serviço religioso é celebrado no Salão de Jantar da 1ª classe.

11:40 – O navio alemão Noordam envia “muito gelo” quase na mesma posição que o Caronia. Logo após o meio dia - como de costume - os oficiais vão para a asa da Ponte de Comando para calcular a posição diária com sextantes : “desde a tarde de sábado, 546 milhas" (1.011 Km).


13:42
– Recebido um aviso de iceberg através do Baltic e “grande quantidade de campos de gelo” na latitude 41º51’N, longitude 49º52’O, cerca de 250 milhas (463 Km) a frente do Titanic. A mensagem é enviada ao Capitão Smith, que mais tarde a entrega para J. Bruce Ismay, que por sua vez a coloca em seu bolso.

13:45 – O aviso de um “Grande Iceberg” é recebido via o navio alemão Amerika (41º27’N, 50º8’O). A mensagem não é enviada para a Ponte de Comando.

17:30 até 19:30 – A temperatura do ar cai 10 graus para 33º F (0,55º C).

 
17:50 – O Capitão Smith altera o curso do navio levemente para sudoeste do curso normal, possivelmente como uma precaução para evitar gelo.

18:00 – O Segundo Oficial Lightoller substitui o Oficial Chefe Wilde na Ponte de Comando.

19:15 – O Primeiro Oficial Murdoch ordena que o porão no castelo de proa seja fechado para evitar que sua luminosidade interfira a visão dos vigias no cesto da gávea acima.

19:30 – Três mensagens de alerta relacionadas a grandes campos de icebergs são interceptadas do Californian (42º3’N, 49º9’O). A mensagem é enviada para a Ponte de Comando. O capitão está participando de um jantar no Convés B. O gelo está a apenas 50 milhas (92 Km) a frente.

Abaixo: O luxuoso Restaurante ALa Carte localizado no Convés B do RMS Olympic, o navio-irmão do Titanic. Na noite de 14 de abril de 1912 o Capitão Edward Smith foi homenageado no mesmo restaurante do Titanic com um jantar que lhe fora oferecido pela família Widener, passageiros da 1ª classe.
 
20:40 – Lightoller dá ordem para averiguar o suprimento de água fresca do navio, considerando que a água do mar está agora perto do ponto de congelamento.

20:55 – O Capitão Smith deixa o jantar e vai diretamente para a Ponte de Comando, e discute o tempo calmo e claro com Lightoller, e também a visibilidade de icebergs durante a noite.

21:20
– O Capitão Smith se retira para dormir e dá ordem para acordá-lo se “as coisas se tornarem duvidosas...”

21:30 – Lightoller envia uma mensagem para o cesto da gávea alertando para que a vigia seja cuidadosa até de manhã.

21:40 – Um alerta de pesado campo de gelo e icebergs é recebido do navio Mesaba (latitude 42ºN até 41º25’, longitude 49ºO até 50º30’O). A mensagem é deixada de lado. Os operadores de telégrafo estão ocupados com o tráfego de mensagens dos passageiros. Durante todo o dia foram recebidas seis mensagens de gelo, que mostram um enorme campo de gelo a cerca de 78 milhas (144 Km) de distância diretamente a frente.

 
22:00 – Lightoller é substituído na Ponte de Comando pelo 1º Oficial Murdoch. Os vigias no cesto da gávea também são substituídos. Um alerta para estar atento aos icebergs é passado durante a troca de turno. A temperatura é de 32º F (0º Celsius), com céu limpo e o ar claro.

22:30 – A temperatura do ar cai para 31ºF (-0.55º Celsius).

22:55 – Entre 10 e 19 milhas (entre 18,5 e 35 Km) ao norte do Titanic, o Californian está parado em um campo de gelo, e envia alertas para todos os navios na área. Quando o operador do telégrafo do Californian chama pelo Titanic, seu alerta de gelo é interrompido por um brusco “Cai fora! Cala a boca! Você está atrapalhando meu sinal. Eu estou em contato com Cape Race”. O operador do telégrafo do Californian apenas ouve o tráfego de mensagens do Titanic até as 11:30 e então desliga o aparelho e retira-se para dormir, como de costume.

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A tragédia

23:30 – Os vigias Fleet e Lee no cesto da gávea notam uma leve névoa aparecendo diretamente a frente do Titanic.


23:40 – O Titanic está movendo-se a 20,5 nós (37,9 Km/h). Repentinamente os vigias vêem um iceberg diretamente a frente a cerca de 500 metros elevando-se em torno de 55-60 pés acima da água (entre 16 e 18 m). Eles imediatamente tocam o sino de alerta com três fortes batidas e telefonam para a Ponte de Comando: “Iceberg diretamente a frente”. O Sexto Oficial Moody na Ponte de Comando agradece o alerta e repassa a mensagem para Murdoch que instantaneamente ordena “tudo para estibordo” para o timoneiro e ordena para que as máquinas sejam paradas e colocadas toda força à ré. Murdoch então ativa os comandos para que as portas a prova d’água sejam fechadas abaixo da linha d’água. 

O timoneiro gira a roda do leme tão rápido quando lhe é possível. Depois de vários segundos o Titanic começa a mover-se para bombordo, mas o iceberg atinge a proa pelo lado de estibordo e raspa ao longo da lateral do navio e desaparece na noite. O impacto, apesar de parecer chocante para a tripulação próxima a área dianteira, não é percebido por muitos dos passageiros. Trinta e sete segundos se passaram desde o avistamento até a colisão.

 
23:50 – Durante os dez primeiros minutos depois do impacto, a água eleva-se 14 pés (4,20 m) acima da quilha na área dianteira. Cinco dos primeiros compartimentos começam a alagar. A casa das caldeiras Nº 6, 5 pés (1,50 m) acima da quilha, é alagada em 8 pés de água (2,4 m).

00:00 – A sala de correspondências, 24 pés (7,3 m) acima da quilha, começa a receber água suficiente para fazer com que os sacos de correspondências flutuem. Logo após avisar o Capitão Smith, agora na Ponte de Comando, sobre a água infiltrando-se nos porões 1,2 e 3 e na casa das caldeiras Nº 6, e depois de seu próprio tour rápido para inspecionar os danos com Thomas Andrews, Smith pergunta a Andrews sobre sua opinião. Andrews calcula que o navio pode continuar flutuando apenas por mais 1 hora ou 1 hora e meia. Isto é baseado na certeza matemática de que se mais compartimentos se encherem de água, a água extravasará até o próximo e daí em diante.
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A proa do Titanic começa a afundar. O navio está condenado. O Capitão Smith ordena que os telegrafistas enviem o pedido de auxílio CQD. A posição estimada do navio é 41º46’N, 50º14’O. As caldeiras são apagadas e os canos de exaustão de vapor junto das chaminés expelem o vapor e fumaça sob um estrondoso barulho.

 
15 de abril de 1912, segunda-feira, 00:05 – A quadra de squash, 32 pés (9,75 m) acima da quilha, está alagada. São dadas ordens para que os botes sejam descobertos e a tripulação e os passageiros sejam reunidos. Se cada bote for preenchido em sua capacidade máxima há espaço suficiente para apenas 1.178 das 2.227 pessoas que se estima estarem a bordo.

00:10 até 1:50 – Vários membros da tripulação do Californian, entre 10 e 19 milhas de distância, vêem luzes de um navio. São feitas várias tentativas de contato com a lâmpada Morse do navio, sem sucesso. Fogos de artifícios são observados, mas eles parecem muito baixos sobre o convés do navio, e não fazem som, eles não parecem fogos de socorro, e não é lhes dada muita atenção. A distância entre os dois navios aumenta até que ambos estejam fora de visão um para o outro.

1:15 até 2:17 – Numerosos navios recebem os pedidos de socorro do Titanic, incluindo seu navio-irmão, o Olympic, a cerca de 500 milhas (926 Km) de distancia. Vários navios, incluindo o Mount Temple (49 milhas de distância / 88 Km), Frankfort (153 milhas / 28 Km), Birma (70 milhas / 129 Km), Baltic (243 milhas / 450 Km), Virginian (170 milhas / 314 Km), e o Carpathia (58 milhas / 107 Km) preparam-se em momentos diferentes para virem em auxílio.

00:15 – A orquestra do Titanic começa tocar ao vivo músicas ragtime no Lounge da 1ª classe no Convés A, movendo-se depois para o Convés de Botes, perto da entrada para a Grande Escadaria da 1ª classe.

 
00:20 – A água invade o alojamento dos bombeiros, 48 pés (14,6 m) acima da quilha, na área dianteira do Convés E.

00:25 – São dadas ordens para preencherem os botes salva-vidas com mulheres e crianças. O Carpathia, a cerca de 58 milhas (107 Km) a sudoeste, recebe o pedido de socorro e imediatamente se direciona a toda a velocidade para o resgate.

00:45 – O primeiro bote, Nº 7 de estibordo, é baixado com segurança. Ele pode carregar 65 pessoas, mas deixa o navio com 28 a bordo. O primeiro foguete de socorro é disparado. Oito foguetes serão disparados ao todo. O 4º Oficial Boxhall observa um navio se aproximar do Titanic e então desaparece apesar das tentativas de contactá-lo com a lâmpada Morse. O bote Nº 4 começa a ser carregado entre 00:30 e 00:45.

 
00:55 – O primeiro bote do lado de bombordo, bote Nº 6, é baixado com apenas 28 pessoas, incluindo Molly Brown e o Major Peuchen. O bote Nº 5 de estibordo é baixado. Ismay é repreendido pelo 5º Oficial Lowe por estar interferindo em seus comandos (41 a bordo – espaço para mais 24).

1:00 – O bote Nº 3, estibordo, é baixado com apenas 32 a bordo, incluindo tripulantes.

1:10 – O bote Nº 1, estibordo, é baixado (capacidade 40) com apenas 12 pessoas, incluindo Sir Cosmo e Lady Duff Gordon, e sete tripulantes. O bote Nº 8, bombordo, é carregado e baixado com apenas 39 pessoas. Na água seu leme é manobrado pela Condessa de Rothes.


1:15 – A água atinge o nome Titanic na proa e agora o navio inclina-se para bombordo. A inclinação nos conveses acentua-se e os botes começam a serem mais lotados.

1:20 – O bote 9, estibordo, deixa o navio com cerca de 56 pessoas a bordo. O Titanic desenvolve agora uma acentuada inclinação para estibordo.

1:25 – O bote Nº 12, bombordo, é baixado com 40 mulheres e crianças a bordo. Dois marinheiros são colocados no comando do bote. Depois que o Titanic naufragou, este bote foi amarrado junto com os botes 4,10, 14 e com o bote desmontável D. Mais tarde os sobreviventes foram movidos do bote 14 para outros botes pelo 5º Oficial Lowe para que ele então pudesse retornar para recolher passageiros na água. O bote Nº 12 consequentemente sobrelotado com 70 passageiros, vários recolhidos do desmontável D.

 
1:30 – Sinais de pânico começam a aparecer entre os passageiros no navio. O bote 14, bombordo, é baixado com 60 pessoas, incluindo o 5º Oficial Lowe, um grupo de passageiros aparece pronto para pular para dentro do bote já lotado, e Lowe dispara tiros para o ar para espantá-los. Os pedidos de socorro do Titanic estão quase desaparecendo. “Nós estamos afundando rápido” e “Mulheres e crianças nos botes. Não podemos durar muito mais”.

 
1:35 – O bote 16, bombordo, é baixado com mais de 50 pessoas. O bote Nº 13, estibordo, deixa com 64 pessoas, a maioria mulheres e crianças da 2ª e 3ª classes. O bote Nº 15, estibordo, é baixado 30 segundos depois com 70 pessoas a bordo e evita por pouco uma colisão com o bote 13 diretamente abaixo. Este último se afasta da rota de choque na última hora.


1:40 – A maioria dos botes dianteiros agora já se foram, e os passageiros começam a se mover para a área da popa. Ismay deixa o navio no bote desmontável C (39 pessoas a bordo), o último bote de estibordo a ser lançado. O poço do convés dianteiro está submerso.

1:45 – As últimas palavras são ouvidas do Titanic são captadas pelo Carpathia a caminho do resgate – “...Sala de máquinas alagada até as caldeiras...”. O bote Nº 2, bombordo, é baixado e deixa com apenas 25 pessoas. Ele pode carregar 40.

1:55 – John Jacob Astor, impedido de entrar no bote Nº 4 de bombordo por Lightoller, vê sua mulher a salvo ser baixada no bote com 40 mulheres e crianças e alguns tripulantes. No afobamento, 20 lugares no bote ficam sobrando.

2:00 – A água agora está a apenas 10 pés (3,4 m) abaixo do Convés de Passeio.


2:05
- Agora ainda permanecem mais de 1.500 pessoas no navio. O bote desmontável D é um dos últimos botes a descer. Ele tem lugares para 47 pessoas. Para prevenir uma invasão no bote, Lightoller agita sua pistola no ar (e possivelmente dispara) e os membros da tripulação fazem um círculo ao redor dele, com braços dados entre si, e permitem apenas mulheres e crianças a bordo. O bote é baixado com 44 a bordo. O castelo de proa do Titanic está embaixo d’água, a inclinação nos conveses torna-se mais grave.

2:10 – O Capitão Smith libera os operadores de telégrafo Bride e Phillips de suas funções. 

 
2:17 – Phillips continua a enviar a última mensagem de rádio. O Capitão Smith diz aos membros da tripulação, “É cada homem por si”, e retorna para a Ponte de Comando para aguardar pelo fim. Thomas Andrews, o construtor do navio, é visto sozinho na Sala de Fumantes da 1ª classe olhando para o vazio.


A proa do Titanic mergulha, possibilitando que o bote desmontável B flutue de cabeça para baixo. O padre Thomas Byles ouve confissões e concede absoluções para mais de cem passageiros da 2ª e 3ª classes reunidos na secção traseira do Convés de Botes. A banda do navio para de tocar. Vários passageiros pulam do navio. 

A chaminé dianteira do navio cai, atingindo um grande número de passageiros dentro d’água. O bote desmontável A agora flutua sem controle e cerca de duas dúzias de pessoas na água conseguem agarrá-lo. Ele se liberta com o lado correto para cima, mas perigosamente sobrelotado. Lowe, no bote 14, salva-os pouco antes do amanhecer. Provavelmente cerca da metade, no entanto, teria morrido durante a noite.
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2:18
– Um grande grunhido é ouvido e todos os objetos móveis dentro do Titanic se estraçalham na proa submersa.

As luzes do navio brilham pela última vez e então se apagam. Muitos sobreviventes assistem o navio quebrar-se em duas partes. 

A metade da proa afunda em direção ao fundo do Atlântico localizado a 3.800 m de profundidade naquela área.

 
2:20 – A secção da popa do navio, destacada da secção dianteira, assenta-se sobre a água, se endireitando por uns poucos momentos. Vagarosamente ela se enche d’água e inclina-se novamente no ar entes de definitivamente afundar no mar. Mais de 1.500 pessoas são condenadas a morte no “maior desastre marítimo da história” até então. 


O sinistro clamor de pânico, dos que agonizam em desespero no mar gélido, aflige os  passageiros embarcados nos botes ao redor dos campo de destroços e náufragos, que lutam inutilmente pela sobrevivência na água glacial.

O clamor vai diminuir nos próximos 40 minutos e praticamente cessará por volta das 3:00 da manhã, assinalando a morte da maioria dos náufragos pelos efeitos da hipotermia; a maioria das vítimas teria mergulhado na água com coletes salva-vidas e estima-se então que um grande número não teria perecido por afogamento. Os gritos e pedidos de socorro dos que lutam pela vida na água irão ser penosamente relembrados durante o resto da vida de algumas das 700 testemunhas oculares, distribuídas nos 20 botes que se afastaram da cena.

3:00 - O 5º Oficial Lowe, no bote Nº 14, assume o comando da operação de salvamento, e faz com que se unam amarrados os botes D, 4, 10 e 12. Decidido a retornar em busca de sobreviventes, transfere para outros botes a maior parte dos passageiros que ocupam o seu.  Após reunir oito homens, e como voluntário o passageiro da 1ª classe Charles Williams, parte em busca de pessoas que possam ainda estar vivas; ele será o único bote a retornar para tentar prestar socorro, e só não o faz antes por temer que seu bote, então super lotado com 63 passageiros, pudesse ser afundado pela inevitável arremetida dos que ainda agonizavam na água. Lowe consegue então resgatar quatro homens de dentro d'água, um dos quais irá morrer ainda antes de ser resgatado pelo Carpathia.


O resgate




3:30 – Os fogos do Carpathia são avistados pelos botes salva-vidas. Sua velocidade normal é de 14,5 nós (26,8 Km/h), mas ele correu para o resgate estremecendo a 17,5 nós (32,4 Km/h).

4:10 – O primeiro bote, Nº 2, é recolhido pelo Carpathia. O gelo flutua ao redor de toda a área do desastre e também destroços do Titanic.

5:30 – O Californian é avisado pelo Frankfort sobre a perca do Titanic e se direciona para a área do desastre.

5:30 a 6:30 – Os sobreviventes do bote desmontável A são resgatados pelo bote Nº 14, e os sobreviventes do desmontável B pelos botes 4 e 12.
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8:30 – O último bote, Nº 12, é resgatado pelo carpathia. Lightoller é o último sobrevivente a vir a bordo. O Californian para ao lado do carpathia, e então navega através da área do desastre a procura por mais sobreviventes; não encontra nenhum.

8:50 – O Carpathia deixa a área em direção a New York. Ele carrega 705 sobreviventes. Um estimado de 1.522 almas foram perdidas. Ismay telegrafa para os escritórios da White Star Line em New York: “Com profundo pesar aviso que o Titanic naufragou esta manhã depois de colidir com um iceberg, resultando em séria perda de vidas. Detalhes completos depois”.

 
Os mortos

17 de abril – Contratado pela White Star Line, o Mackay-Bennet deixa Halifax para procurar por corpos no local do desastre.

 
18 de abril, 21:00 – O Carpathia chega a New York. Ele é abordado por hordas de repórteres de jornal em botes inquirindo por notícias. Quando o Carpathia passa pela Estátua da Liberdade, 10.000 pessoas estão a postos para assistir. Os botes salva-vidas do Titanic estão pendurados em suas laterais. Ele passa pelo píer da Cunard (Nº 54) e navega rio acima para os piers da White Star Line, para lá arriar os botes do Titanic. O Carpathia então retorna para o píer da Cunard para finalmente desembarcar os sobreviventes.

 
De 19 a 25 de abril – O inquérito sobre o desastre do Titanic é realizado pelo Senado dos Estados Unidos, comandado pelo senador William A. Smith. Oitenta e duas testemunhas são chamadas.

22 de abril – A White Star Line envia o Minia de Halifax para ajudar o Mackay-Bennet, que resgatou 306 corpos. O Minia encontra apenas outros 17 corpos depois de uma semana de buscas.

 
24 de abril – Quando o navio-irmão do Titanic, o Olympic, está prestes a deixar Southampton, seus carvoeiros entram em greve. Eles não irão trabalhar em um navio que não carrega botes suficientes. 285 membros desertam do navio, e a viagem do Olympic é cancelada. 

6 de maio – A White Star Line envia o Montmagny de Sorel, Quebec, para ajudar na procura por corpos. Ele resgata 4 corpos.


15 de maio – A White Star Line envia o Algerine de St. John, terra Nova. Ele recupera apenas um corpo. Todos reunidos, os barcos contratados pela White Star Line encontram um total de 328 corpos.


18 de maio - O corpo de Wallace Hartley, líder da orquestra do Titanic, é sepultado na cidade de Colne, na Inglaterra. Mil pessoas compareceram ao seu funeral, enquanto 40.000 pessoas se alinharam na rota de seu cortejo fúnebre. 
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Lições 

Junho de 1912 - O passageiro da 2ª classe Lawrence Beesley, sobrevivente do naufrágio, publica um livro de própria autoria sobre a tragédia. Intitulado "The Loss of the SS Titanic", a publicação faz um resumo da curta vida, viagem e desastre do Titanic através de sua experiência a bordo. O livro torna-se histórico por ter sido publicado apenas poucas semanas após o desastre, sendo então o segundo publicado sobre o Titanic e primeiro deles escrito por um real sobrevivente. 

De 2 a 3 de julho – O Inquérito Câmara do Comércio Britânica é conduzido. 25.622 perguntas são feitas para 96 testemunhas, incluindo experts como o inventor do radio, Marconi, o explorador Sir Ernest Shackleton sobre gelo e icebergs. Os únicos passageiros testemunhas são Sir Cosmo e Lady Duff Gordon e J. Bruce Ismay. Outras testemunhas incluem o Capitão Lord do Californian, Lightoller, que enfrenta 1.600 questões sozinho, membros da tripulação, os proprietários do navio, e membros da Câmara do Comércio. As recomendações finais do julgamento são “mais compartimentos a prova d’água nos navios, a provisão de botes salva-vidas para todos a bordo, e também uma melhor vigilha”.


1913, abril – A Patrulha Internacional do Gelo é criada para vigiar as rotas marítimas do Atlântico Norte sob a direção da Guarda Costeira Americana.

Irmãos de cina

1914, 26 de fevereiro – O segundo navio-irmão do Titanic, o Britannic, é lançado.

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1916, 21 de novembro – O Britannic, originalmente planejado para chamar-se “Gigantic”, requisitado pelo Almirantado Britânico em 1915, antes mesmo de sua completa equipagem, e atuando como navio-hospital durante a 1ª Guerra Mundial sem sequer ter sido completamente decorado, naufraga após colidir com uma mina explosiva alemã no Canal Kea, na costa da Grécia, causando a morte de 30 pessoas trituradas pelas suas hélices que ainda estavam ligadas durante a descida dos bote salva-vidas. Diferente do Titanic, seu nome foi quase esquecido através dos anos, estando presente apenas como uma nota de rodapé da história do trio de navios-irmãos. Seus destroços hoje se encontram a 122 metros abaixo da superfície do mar Egeu, na costa da Grécia, de frente para a Ilha Kea, acessível aos mergulhadores com balão de oxigênio. À exemplo do Titanic, O Britannic jamais chegou ao seu porto de destino, Nova York, nos Estados Unidos.


1918, 17 de julho, 9:15 - O RMS Carpathia é torpedeado pelo submarino alemão "U-55" no Mar Celta, oeste das Ilhas Scilly na costa da Irlanda. As 11:00 h da manhã, após 1 hora e 45 minutos de agonia, o Carpathia desapareceu sob as ondas levando consigo cinco vítimas fatais.



1929, 18 de novembro – O Terremoto dos Grandes Bancos ocorre e imagina-se que ele pode ter causado um grande deslizamento de sedimentos, soterrando o Titanic. O abalo submarino aconteceu a cerca de 600 Km de distância do local onde acreditava-se estar os destroços do Titanic. Foi apenas em 1985, com a descoberta dos escombros do Titanic, que finalmente constatou-se que o abalo não afetara os restos do navio.

1935 – Depois de 24 anos de serviço, incluindo serviço na guerra carregando tropas, e quatro grandes reequipagens, o Olympic é aposentado e enviado para a completa demolição. Ele havia cruzado o Atlântico 500 vezes, navegado 1,5 milhão de milhas, e ganhado o apelido de “Velho Confiável”. Espantosamente o Olympic sobrevive os 24 anos de sua carreira ativa percorrendo a rota entre Southampton e New York relativamente sem graves acidentes; a mesma rota na qual o Titanic naufragou em sua primeira e não terminada travessia.  

CURIOSIDADE: Durante sua carreira o Olympic navegou milhas suficientes para dar 70 voltas no planeta Terra.
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A descoberta

1980, julho – O empresário e explorador americano Jack Grimm financia uma expedição científica que se propõe localizar o Titanic. Perseguido por um mal tempo e mal funcionamento dos equipamentos, a expedição falha em encontrar o Titanic.

1981, junho - A segunda expedição de Jack Grimm novamente tenta encontrar o Titanic, mas não obtém êxito.

1983 - A terceira e final expedição financiada por Jack Grimm falha em encontrar o Titanic.

1985, 1º de setembro - A expedição científica franco-americana liderada pelo Dr. Robert Ballard finalmente descobre e fotografa os restos do Titanic em uma profundidade de 3.800 metros no fundo do oceano.

1986, julho - Robert Ballard retorna ao Titanic com uma segunda expedição. Descendo no navio através do submarino Alvin, ele explora e fotografa os escombros por completo e o campo de destroços.

1987 - O Congresso dos Estados Unidos se mobiliza para fazer do Titanic um memorial internacional. Uma expedição francesa recupera aproximadamente 900 artefatos dos escombros.
Crédito
Pesquisa, tradução e adaptação de texto e imagens - Rodrigo, Titanic em Foco
Texto - "The Discovery of the Titanic", Robert Ballard, Madson Press Book, 1987 /
"O Crepúsculo da Arrogância: RMS Titanic Minuto a Minuto", Sergio Faraco, L&PM, 2006.
Ilustrações - Ken Marshall, Tom Lay, Harley Crossley, 
Richard DeRosset, Stuart Williamson, Simon Fisher, Seteve Noon.
Cenas - "Titanic" (1953), “A Night to Remember” (1958), 
“Titanic” (1996), “Titanic” (1997), "Britannic" (2000), 
“Titanic: Blood and Steel” (2012).

Em memória às 1.500 vítimas do desastre do Titanic

44 comentários:

rander disse...

rodrigo boa materia relamente a historia na linha do tempo ficou muito boa tenho acompanhado seu blog li tds as meterias olha eu sei que aqui o foco é o titanic mas voce poderia abrir uma excessao e fazer uma materia sobre o Wilhelm Gustloff que é o maior naufragio com vitimas seria legal ... fica a dica ....

Rodrigo disse...

Oi Rander, obrigado pela dica, realmente é uma ótima proposta para uma futura matéria. Ainda vou editar muito material básico sobre o Titanic, mas se eu conseguir encaixar o Gustloff ele aparecerá por aqui.

Até mais.

Felipe Bairros disse...

Parabéns Rodrigo!
Como sempre você faz otimas matérias. É incrível como aprendo cada vez mais sobre o Titanic e seu contexto histórico a cada acesso ao blog.

Acho que poderia explicar melhor o evento do dia 18 de Novembro de 1919.

Boa noite!

Rodrigo disse...

Obrigado Felipe. Sobre o terremoto, sei apenas que ele é famoso, aconteceu dentro do mar, ao sul da Ilha de Terra Nova no Canadá, e causou pequenos tsunamis na Ilha de Terra Nova, matando algumas dezenas de pessoas.

Na época acreditou-se que o terremoto teria movido sedimentos no fundo do mar, possivelmente soterrando os destroços do Titanic, que se sabia que estavam na mesma redondeza do epicentro do abalo.

Evidentemente quando o Titanic foi redescoberto em 1985 comprovou-se que o tremor em nada afetou os destroços, pois o navio não foi soterrado... Bem, é isto o que sei, nunca pesquisei a fundo sobre este fato em específico.

Até mais.

jose aurelio disse...

oi rodrigo, vai.

sem palavras, primeiro duas coisas.

um: Eu estava assistindo a esta matéria. e no canal 5 tv aqui onde eu moro estavam de emissão na televisão o filme Titanic James Cameron 1997, eu estava assistindo o seu blog e ver o filme experiência agradável.

meus olhos se encheram de lágrimas, esta matéria, você, afundou-se profundamente em minha alma e meu coração novamente, fiquei emocionado. esta matéria, tornou-se uma das minhas favoritas, eu amo tudo, da narrativa fotos e pinturas, eu disse na matéria precedente o que eu penso de fotos, pinturas e filmes, você sabe obrigado rodrigo.

dois: uma coisa que eu há muito tempo queria dizer a você, desde o meu primeiro comentário eu disse, não há palavras para a minha admiração a você, você está perdendo parte de sua vida neste trabalho, somente os comentários suas respostas às pessoas, tudo isso deve roubar uma incrível quantidade de tempo, as palavras não são suficientes.

continuar até o fim e nunca desistir continue para a frente vai.

Titanic em foco o melhor blog do nosso querido titanic da Internet.

de jose para rodrigo:
"Obrigado por seu esforço" "obrigado pela sua dedicação" "obrigado por seu sacrifício" "obrigado por sua inteligência" "Obrigado por sua compreensão" "obrigado por sua paciência" "obrigado pela sua educação"
"Obrigado por sua gentileza"

"passageiros do Titanic de vida após a morte, ficaria orgulhoso de você. quão bem você divulgá-lo, enquanto se dirigiam em direção a algo muito horrível o seu caminho, o seu destino, seu fim cruel nesta terrível tragédia no meio do oceano".

para mim você é uma luz aberta na escuridão deste mundo infernal no qual vivemos.

para mim o Titanic fascina a humanidade pelo qual o homem vê refletido, o homem caminha para a auto-destruição, após o naufrágio do Titanic as pessoas se perguntavam se a tecnologia é benéfica ou prejudicial para a Terra. eles estavam corretos o Titanic foi profético, então veio a Gerra global as armas nucleares e muitos outros problemas. Hoje estamos destruindo o mundo matando os animais abençoados poluindo tudo o ar, o mar, Gerra, a pobreza, a desigualdade, a mudança climática, em um século será metade afogado pelo aumento do nível do mar, o homem terá de migrar das costas de mar. em suma um desastre.

"O Titanic é uma metáfora da vida humana neste planeta".

para sempre titanic.

jose aurelio disse...

bom sobre o livro é maravilhoso, como você explicou, só tenho uma coisa a dizer, há algumas coisas que não foram conheciam anteriormente, ou estavam confusos, ou recentemente foi descoberto que não fosse assim, isso não é correto, mas são muito poucas coisas, tudo em um 99% é correto.

no romance de Morgan Robertson, eu vi sempre como o que eu chamo. (piscadelas do destino) ay que acredita em nada, para mim o destino guiá minha vida, para mim, o destino de todos os animais, objetos, pessoas, está escrito. o nosso nascimento, o encontro com a pessoa amada, todos os eventos que acontecem em nossa vida, a nossa morte, para mim tudo está escrito, é um dos muitos mistérios da existência.

então como o destino está escrito os piscadelas para o destino, sinais do destino estão lá, se formos inteligentes para ver.

não pode mudar o destino, mas se houver sinais.

eva Hart uma das minhas favoritas, conta como sua mãe teve pressentimentos, que o acompanhavam antes de embarcar no navio e confirmou quando o navio bateu no iceberg. e assim muitas mais histórias.

a construção do titanic atrasado pelo choque do Olympic e muitas outras coisas, a história de Titanic confirma o destino é o exemplo perfeito da existência do destino.

rodrigo não sei se você sabe mas a pintura chegando de Belfast a Southampton do titanic durante a noite isto é do artista Simon Fisher é um dos meus pintores favoritos, eu te disse uma vez que eu procuro constantemente fotos é a minha obsessão especialmente marine art, depois de ken marschall que é como um deus para mim, Fisher é um dos mais queridos para mim, com gordon bauwens, james a flood, stuart williamson, i muitos mais eu tenho milhares de fotos, pinturas, e assim por diante é uma droga para mim, eu sou um desportista ciclista, nunca na minha vida eu fumar ou beber álcool, ou fez nada indigno na minha vida, isso agora é a minha única droga mas isso é uma droga saudável, isso não é perigoso a outra sim .

uma curiosidade, em uma de minhas pesquisas, das fotografias na internet, em uma página de um médico falando dos navios da classe olympic, estava explicando um assunto, tinha uma imagem de titanic em foco, rodrigo você já é referência na internet, incrível sucesso.

encuanto a pintura linda da harley crossley do Titanic do amanhecer na dock 44, eu disse que eu trabalho muito imaginação, e quando eu penso do Titanic, muitas vezes sonho com ele atracou no porto, eu gosto de vê-lo a calma no porto um dos poucos momentos de paz na existência do Titanic. dizer mais em próximas matérias.

bela foto, de restaurante a la carte, a minha área favorita do navio era lindo maravilhoso.

o quadro de ken marschall do resgate do rms carpathia, é baseado em uma pintura um quadro do passageiro pintor do carpathia, Colin Campbell Cooper, ele pinto depois da tragédia e ken marschall imitou, e ficou em todos os filmes.

a vida não é suficiente para agradecer ken Marchall é ele que inspirou a minissérie 1996, é ele que inspirou a james cameron, sem ele não teríamos todos os filmes, ¿Por que construção do Titanic II? pelo sucesso do filme, ou seja, por ken Marschall, porque sem ele não haveria nenhum filme. por ken marschall têm os filmes terá a réplica do navio o Titanic II, tudo devemos a ele.

até mesmo o sucesso do filme Titanic James Cameron 1997, levou a Cunard construir seus navios atuais. RMS Queen Mary 2 MS Queen Victoria MS Queen Elizabeth.

linha do tempo maravilhosa matéria demais.

saudações a todos. Obrigado.
jose. a 27 anos.
da Europa.

jose aurelio disse...

Titanic - para sempre perdido, para sempre lembrado.

Abraço Demais...

Anônimo disse...

Caro Rodrigo, primeiramente gostaria parabenizar seu trabalho e dedicação, que tanto admiro. Que você continue aprimorando cada vez mais o rico conteúdo contido neste blog. Leio os artigos sempre que posso, há quase dois anos.
Diante de tanta informação, confesso que só me restaram duas dúvidas:
1- Qual era o real preço dos bilhetes de primeira, segunda e terceira classe no Titanic? Qual seria o valor deles convertidos para dinheiro atual. Já pesquisei sobre a questão e posso dizer que as informações que tive foram muito divergentes.
2- Se o navio tivesse colidido de frente com o iceberg, ele não teria afundado, certo? Porque só haveria um compartimento inundado, não?
Obrigado, abraços.

Rafael disse...

Primeiramente, parabéns pelo conteúdo do teu blog. Com fontes de pesquisa, é realmente muito interessante a maneira clara com que expões os fatos.

Enfim, tenho uma dúvida, se puder me responder: É verdade que o projeto original da Olympic Class previa um número maior de botes salva-vidas, navios com apenas 3 chaminés e uma potência maior nos motores dos navios? Existia algum outro elemento descartado da "versão final" da Olympic Class e, especificamente, do Titanic?

Rodrigo disse...

Oi Rafael, obrigado, vou tentando manter e melhorar a forma e o conteúdo do blog com o passar do tempo, e espero mantê-lo por bons anos. Fico feliz que goste do material.

Bem, segundo tudo o que já li é verdade, o projeto do Olympic e do Titanic previa 48 botes. Como a câmara do Comércio não exigia tamanha quantidade de botes, o Titanic foi equipado apenas com 20. E se eu não estou errado, o Olympic fez sua 1ª viagem com apenas 18 botes. O tipo de turco do Olympic e do Titanic era capaz de manipular três botes em cada conjunto. Para não perder tanto espaço de convés, a White Star Line preferiu não lotar os dois navios com tantos botes. Vale lembrar que os dois navios, Olympic e Titanic, estavam rigorosamente dentro da lei da época; ainda que a lei estivesse burramente antiquada; e é por isto mesmo que a lei foi reformulada logo após o desastre do Titanic.

Pelo que sei os primeiríssimos desenhos do Olympic e do Titanic previam apenas três chaminés. Como o visual ficaria completamente “aleijado” com três, foi feita a inclusão da famosa 4ª chaminé no projeto. Ela completou a simetria dos dois navios ao mesmo tempo em que fazia ambos mais grandiosos e satisfaziam a opinião pública da época que via navios com 4 chaminés como os melhores, mais seguros, mais luxuosos. Quanto aos motores eu não sei te dizer, fico devendo.

Sobre elementos descartados eu só consigo me lembrar agora dos turcos: era previsto nos primeiros desenhos que o Olympic e o Titanic teriam turcos de modelo idêntico aos instalados no Mauretania e no Lusitania... A idéia veio a ser trocada em algum ponto do andamento dos projetos, e os turcos foram trocados pelo modelo que conhecemos. Não sei o motivo da troca, mas acredito que eram melhores do que os primeiros planejados; lembrando que os turcos do Titanic funcionaram de maneira primorosa na noite do desastre.

Não me recordo de mais elementos descartados, certamente devem haver vários aspectos que me passaram despercebidos durante estes anos em que tenho atenção pelo assunto. Mas posso me lembrar que originalmente, por exemplo, os planos previam que o Titanic teria grandes dormitórios coletivos para a 3ª classe; e isto foi eliminado, optando-se por cabines com no máximo 10 pessoas se não me falha a memória.

O Ginásio de Exercícios e a Barbearia da 1ª classe originalmente ficariam no Convés F, perto da piscina e da Quadra de Squash. Posteriormente o Ginásio foi reposicionado para o Convés de Botes e a Barbearia foi levada para o Convés C, junto da Grande Escadaria traseira.

Bem, isto é o que me lembro e o que pude consultar. Tudo o que eu sei é extremamente limitado porque eu não sou um estudioso, sou apenas um entusiasta. Até mais, agradeço a atenção ao bolg, espero ter esclarecido algo.

Rodrigo disse...

"Anônimo" - Obrigado, fico feliz que goste do blog.

Eu não tenho uma fonte oficial completa sobre os preços. Se apenas que os valores eram muito variáveis: conforme a época do ano, tamanho e localização da cabine (regras válidas para as três classes).

O livro "882 1/2 Amazing Answers to Your Questions About the Titanic" registra que a cabine mais barata de todas na 3ª classe custava 7 Libras (Libras de 1912), enquanto as mais caras na 1ª classe custavam 660 Libras (Libras de 1912). É importante saber que a Libra em 1912 valia proporcionalmente 84 vezes mais do que a Libra de hoje, portanto a conversão fica assim: 588,00 Libras atuais para uma cabine da 3ª classe e 55.440,00 Libras atuais para as mais caras cabines na 1ª classe.

Convertendo então para o nosso Real brasileiro atual: 2.169,00 Reais para a mais simples cabine da 3ª classe; 204.573,00 Reais para a mais cara cabine da 1ª classe.

SOBRE A COLISÃO FRONTAL

É realmente verdade a alegação de que se ele colidisse de frente, não afundaria. Em 1911, quando o Olympic colidiu com o Hawke, dois compartimentos traseiros do Olympic foram plenamente alagados, e mesmo assim o navio não afundou.

Lembre-se de que o Titanic estava a aproximadamente 38 Km/h quando chocou-se com o gelo, e certamente a força do impacto frontal seria brutal, causaria estragos muito grandes na área frontal do navio, com prováveis dezenas de mortes. Mas mesmo assim é muito provável que o navio não afundaria ou, pelo menos, levaria muitas horas para naufragar. As câmaras estanques do Titanic não eram defeituosas como alguns pensam; a questão do Titanic não eram defeitos... o problema é que ele não foi feito para suportar água em tantas câmaras.

A equação todos sabemos: muitas câmaras alagadas + inclinação forte demais devido ao peso d’água + transbordo de água de uma câmara para a outra = naufrágio.

O projeto de ambos os navios, Olympic e Titanic, previa realmente colisões frontais. O motivo central principal do naufrágio do Titanic não foi simplesmente a colisão com o gelo, mas sim a extensão grande demais dos danos ao longo do casco, que permitiu que a água entrasse em mais compartimentos do que ele poderia suportar.

Bem, isto é o que posso levantar. Eu sou apenas um entusiasta que lê sobre o Titanic. Até mais, agradeço a atenção ao blog.

Rodrigo disse...

Oi Jose Aurélio

Posso simplesmente agradecer a sua atenção ao conteúdo do blog e ao meu “trabalho”. Se o que eu edito aqui é bem visto, já estou satisfeito. Enquanto este processo de pesquisar, editar e publicar me trouxer bons ensinamentos, o blog vai seguir. Agradeço os elogios,e repasso a quem merece mais do que eu: os historiadores, escritores e demais especislistas, que vêm ao longo dos anos contribuindo com ótimo material e novas pesquisas sobre toda estra trajetória.

Realmente, você fez um alerta importante, nem tudo está totalmente correto. Eu mesmo encontrei pontos relativamente falhos no texto, mas resolvi manter tão próximo à fonte original quanto possível, sem fazer grandes alterações.

Quanto à relação da tragédia com a publicação de Morgan Robertson, isto é para mim inexplicável. Uma dos poucos fatos de aparente premonição que me deixam intrigado. Não há uma explicação lógica para tamanha "coincidência", por isto mesmo é tão surpreendente. A história do Titanic está recheada de aspectos surpreedentes.

Se você puder me indicar o link para a matéria que indica o “Titanic em Foco” como referência, ficarei feliz em ver. O blog já foi indicado algumas poucas vezes em outras ocasiões; e é muito bom ver que o conteúdo simples que publico têm contribuído com algo.

Ótimo lembrete o seu: De que a ilustração do resgate feita por Ken Marchall foi inspirada pela pintura de Colin Campbell Cooper. Eu já conhecia superficialmente a história de Cooper, mas nunca havia relacionado as suas pinturas com as reproduções posteriores de Marschall. Obrigado.

Até mais, novamente grato pelo comentário com suas contribuições. Há muito que se aprende com a visão de amigos de mesma curiosidade e admiração. Cada um enxerga a história sob pontos de vista únicos; e é “conversando” e contribuindo que se aprende mais e mais.

jose aurelio disse...

oi rodrigo. este é o link.

http://drsamuelbanda.blogspot.com.es/2012/04/ss-nomadic-el-ultimo-superviviente-de.html


obrigado. mimar-se adeus.

jose.a disse...

oi rodrigo.

dê uma olhada nesta foto, a esta criação de você, alguém colorindo em devian art, um lugar onde eu pesquiso muito.

Eu acho que você gostaria de ver o seu trabalho ainda gosto, e estende-se através da internet.

este é o link:

http://rms-olympic.deviantart.com/art/Olympic-Titanic-Britannic-416807782?offset=10#comments


Obrigado. mimar-se até mais adeus.

Rodrigo disse...

Oi Jose,

como a Internet é território "livre", não tem como evitar que as montagens fotográficas se espalhem... a colorização não ficou perfeita, mas ficou muito bonita, parece mesmo uma foto colorida envelhecida.

Eu tenho uma grande quantidade de fotos montadas por mim, algumas delas que eu nunca encontrei iguais. Mas uso as fotos apenas dentro de um contexto, e elas irão surgindo com o tempo.

Obrigado pelo link, é bom ver minha montagem colorizada, e ver que o pessoal do site curtiu. É uma cena que a grande maioria dos que conhecem e gostam da história gostaria que tivesse acontecido na vida real. Até mais ;).

jose.a disse...

oi rodrigo.

Quero esclarecer uma coisa. em comentários anteriores talvez você não me entendeu, eu não vou elogiar você, eu não sou falso. Admiro o seu trabalho, eu digo o que meu coração e minha alma sentem. é perigoso ser alguém como eu no mundo de hoje, mas eu sou assim.

Eu não sou qualquer homem.

Agora que eu tenho um pouco de tempo, eu tenho que fazer uma percepção final desta matéria.

Espero que não aborrecê, mas eu como historiador Visual do Titanic amateur eu sou, e como profundo conhecimento do que eu tenho do Titanic e tudo que tem a ver com ele, e como conhecedor tão extenso de tudo o que tem a ver com os navios passados e presentes, e tudo o que tem a ver com o mar, eu sempre preciso de explicar tudo bem. além a matéria ser tão extensa não há espaço em um comentário para explicar tudo bem.

Eu sou um perfeccionista em todos os aspectos da minha vida, sempre melhorando sempre melhorar tentar alcançar a perfeição, esse é o meu lema.

Vou fazer certas avaliações, para você ter outros pontos de vista.
fotos feitas por você de que temos falado recentemente, são extraordinárias eles mostram talento, imaginação, criatividade e raciocínio profundo, por exemplo a primeira desta matéria: a representação gráfica da trajetória do Titanic e muitas outras.

da Série ano 2012, sangue e aço, foi emitido aqui onde eu moro no canal 3. tudo bem contada no contexto do tempo. boa série é uma produção italiana, eu gosto dele porque claramente explicado na série que o Titanic não é um navio. é uma das maiores criações da humanidade. o Titanic é a expressão sublime da arte, da tecnologia e do poder da criatividade humana. símbolo da revolução industrial, ele mudou o mundo para sempre, o mundo que conhecemos hoje começou com o Titanic. o melhor navio que já existe neste planeta, um trabalho inatingível, irrepetível, e como eu disse símbolo da humanidade para sempre.

Uma frase que disse Thomas Andrews na tarde de 14 de abril de 1912 é.

''o Titanic é quase perfeito para o que o cérebro humano pode fazer''.

E assim rodrigo, é como você deve exibir em seu blog.

jose.a disse...

Durante a construção do Titanic:

apreciação, algo que você não diz, sobre as mudanças feitas do titanic e as diferenças externas em relação a Olympic, é que além de outras coisas triviais como janelas, cores, e outras pequenas coisas que mudam com relação de o titanic a olympic...

o que você não diz é a redução da pequena convés de passeio, 2 ª classe, no Deck B, na popa do navio, permitindo construir o café parisiense ea extensão da restaurante à la carte. após o naufrágio do Titanic foi modificado no Olympic, tornando-se como o fez o titanic, mas em 1911 não era. esta é outra as mudanças dos navios que diferenciavan no início de suas vidas.

Muito se fala da quarta lareira, mas o Titanic foi a maravilha tecnológica que inspirou gerações subseqüentes de transatlânticos. também teve lareiras falsas, como ss Normandie 1935. sua terceira lareira também era falsa.

Eu queria falar sobre isso há muito tempo atrás, o maravilhoso carro renault 1912.
você sempre diz que foi desmantelado, mas ken marschall acredita que o carro foi introduzido no titanic sem desmontar e inteiro, sobre estrado de madeira como se vê no filme 1997. você sabe ken marschall foi o consultante histórico para James Cameron no filme. Eu não sei quem tem razão. mas em navios posteriores do Titanic como em RMS Queen Mary 1936. os carros foram introduzidos e viajando no navio inteiros, todo em um palete de madeira, amarrada com fios ligados.

Eu gosto de seus comentários Thomas Andrews, o quando você diz que olhando para o vazio, ele eo capitão Smith, estavam no estado de choque. muitos hipócritas criticam o capitão Smith. Eu gostaria de ver aqueles boca grande e falar pela boca veneno, na mesma situação, para ver como eles se sentiriam. o que eles sentiam as pessoas que estavam no Titanic nos últimos minutos de existência, é algo que ninguém pode imaginar, tão intenso, tão horrível, que só eles sabem e os que morreram.

em matérias futuras eu vou contar mais coisas interessantes e segredos do HMHS Britannic eo rms olympic. e também do filme britannic e muitas coisas.

E finalmente o terremoto dos grandes bancos. Eu estava assistindo a um documentário sobre isso recentemente. é claro que o grande terremoto de grandes bancos não danificar o Titanic. mas em um recente documentário do History Channel em ano 2012, nomeado (Titanic Mystery Solved) dizem que há dunas de areia que estão perto e espreitam o Titanic.

Sabemos que esta é uma área de lama muito suave e instável.

só Deus Todo-Poderoso sabe o que vai acontecer, o Titanic poderia acabar sepultado, Deus não permita que isso aconteça. mas um dia infelizmente em dois séculos o titanic será uma mancha vermelha no fundo do Oceano Atlântico Norte.

isso é a vida: ''A vida é um sonho vivido''.

forte abraço. ¡feliz natal!.

Saudações a todos. Obrigado.
jose aurelio.
da Europa.

Rodrigo disse...

Oi Jose, obrigado pelas observações.

Sobre as alegações de “o maior, o melhor, o mais fantástico, o insubstituível”... eu sempre ficarei devendo a este respeito, porque prefiro editar material recontando a história do modo mais cru, realista e com o mínimo de exagero nos superlativos. Sou também um admirador ferrenho do Titanic (isto é evidente), mas foi exatamente impulsionado pela minha repulsa aos exageros direcionados à história e legado do Titanic, que decidi criar o blog. Tento ser o mais frio e não exagerado quanto possível porque sou extremamente realista.

Evidentemente o Titanic foi um marco em seus aspectos físicos e é um marco em seus aspectos históricos. E convenhamos, não é preciso frisar estes aspectos o tempo todo: a grande maioria das pessoas percebe a importância e tamanho desta história.

A alegação de Thomas Andrews quando disse que “O Titanic é quase tão perfeito quanto o cérebro humano pode fazê-lo” deixa evidente o tamanho do orgulho que ele tinha da obra que ajudou a materializar.

Sobre as alterações feitas no projeto do Titanic em relação ao originalmente planejado e ao resultado final do Olympic... hoje conheço uma quantidade muito grande delas; coisas muito grandes (como a reconfiguração completa do Convés B, que foi eliminado para dar lugar à cabines, expansão do Restaurante à La Carte e inclusão do Café Parisiense), até coisas mínimas, descobertas em tempos recentes, como um acréscimo de colunas na Sala de Recepção da Primeira Classe, no Convés D... Enfim, eu nunca vou poder citar tudo o que já vi... e evidentemente eu conheço apenas uma parte limitada, muito limitada.

Bem, sobre o Renault eu não posso finalizar a discussão. Segundo o que tive de informação, em 1912 os carros comprados em estado de “novo em folha” na Europa sempre eram parcial ou totalmente desmontados para serem transportados via Atlântico. Eu prefiro confiar nas suspeitas mais recentes e aspectos levantados em boas pesquisas. Não tenho informação quanto à opinião de Ken Marschall, mas se houver uma fonte onde eu possa entender a opinião de Marschall em relação ao renault, seria muito bom ler.

Sempre importante lembrar: eu não fui, não sou e jamais serei historiador do Titanic. Sou um entusiasta, nada mais que isso. E é por isso que não tento fechar debates.

Quanto ao destino do Titanic, não sei se nós veremos o “capítulo final”, com o desabamento ou mesmo algum acidente natural que venha destruí-lo... Mas seja como for, qualquer que seja o fim dos destroços e o tempo que leve para acontecer, o certo é que esta história já deixou seu rastro na história humana, e estará presente para sempre: despertando interesse, ensinando, encantando... e sendo um marco da evolução humana, do orgulho, da arrogância, da imprevisibilidade do destino e da força eterna da natureza.

Até mais, um FELIZ NATAL à você e todos os seus familiares.

Ricardo disse...

Bem Rodrigo? Seu blog é, sem duvida, o melhor q já vi. Mas eu gostaria de fazer uma observação: durante a leitura, percebi q vc citou o bot nº 4 sendo baixado duas vezes (uma às 00,45h e outra às 01,55h. Também percebi que o bote nº 11 não foi citado.

Rodrigo disse...

Oi Ricardo, tudo bem. Agradeço a atenção ao blog.

Estou impressionado com sua atenção à este detalhe, realmente há estas referências ao bote 04 tal qual você citou. Verifiquei junto ao texto original em inglês do livro de Robert Ballard, e o texto está tal qual eu traduzi, o bote Nº 04 aparece nestes dois momentos da mesma forma que eu traduzi. Se estes horários correspondem rigorosamente aos acontecimentos reais, eu não sei dizer. Mas respeitei o texto na hora de traduzir, porque ele foi escrito por quem sabe muito mais do que eu.

O horário de descida deste bote aparentemente está historicamente correto, por volta das 1:55 da madrugada.Esta grande demora entre o bote começar a ser preparado (entre “0:30 e 0:45”) e o momento em que ele foi de fato baixado (1:55) se deve ao fato de que este bote teve problemas durante este processo: ele se enroscou no chamado “pau de carga” (ou, traduzindo ao pé da letra “longarina de sondagem”) que era instalado exatamente abaixo do bote; a “longarina de sondagem” teve de ser arrancada para que o bote finalmente descesse ao nível das janelas do Convés A para recolher passageiros... uma das quais foi Madaleine Astor, esposa grávida de John Jacob Astor.

Quando este bote finalmente chegou ao nível das janelas do Convés A, os oficiais e o Capitão Smith se deram conta de que as janelas de vidro não estavam abertas, e houve uma longa demora para encontrar a chave/manivela de abertura do mecanismo destas janelas... E só depois de muita demora, os passageiros finalmente embarcaram.

*Passei também [agora] pelas páginas do livro "O Crepúsculo da Arrogância - RMS Titanic Minuto a Minuto", publicado no Brasil... E os horários para o bote Nº 04 coincidem exatamente com os horários do texto de Ballard. A explicação para tamanho atraso é também relacionada aos problemas durante a descida e embarque, devido ao "enrosco do bote" e a demora para encontrar a manivela de abertura das janelas de vidro.

Te parabenizo pela sua grande atenção aos detalhes, é um prazer verificar os dados orientado por quem realmente gosta do assunto e quer ver a história tão bem contada quanto possível.

Ricardo disse...

Obrigado pela explicação amigo. Está explicado o atraso do bote.

Ricardo disse...

Oi de novo Rodrigo,
Desta vez só quero tirar uma dúvida que me veio a mente enquanto lia esta matéria: por que a condessa de Rthes assumiu o leme do bote nº8?
Espero uma resposta.

Rodrigo disse...

Oi Ricardo,

segundo o depoimento do marinheiro Thomas William Jones [que estava no comando do bote Nº 08] ao jornal "The Sphere", ele disse: *"Havia em meu bote um a mulher como deve ser... Quando vi como ela se comportava e ouvi a maneira calma e determinada com que ela falava aos outros, soube que era mais homem do que qualquer um que tínhamos a bordo".

No inquérito norte americano ele depôs novamente sobre ela de maneira menos elegante: *"Ela tinha muito a dizer, de modo que a coloquei no leme do bote".

Lendo o que ele disse, é possível deduzir que a famosa Lucy Noël Martha Leslie, Condessa de Rothes, era uma mulher tão ativa quanto Molly Brown... Não se limitava a ficar quieta e resignada como uma "boneca" à mercê de tudo o que pudesse acontecer [as mulheres em 1912, de maneira geral, não eram tão ativas quanto hoje]. E tendo visto sua atitude forte, o marinheiro ficou surpreso e a colocou no leme do bote; tão admirado ele ficou, que trocou correspondência com ela durante anos e até mesmo a presenteou com o numeral metálico "8", retirado do bote onde ambos estavam. Este numeral metálico ainda hoje pertence aos descendentes da Condessa de Rothes.

No filme “Titanic” (1997), a Condessa de Rothes foi interpretada por Rochelle Rose... Há uma cena curtíssima [menos de 10 segundos], onde ela é vista ao longe no cabo do leme do bote Nº 08. Na recente versão em Blu-Ray a cena ficou mais nítida.

Bem, isto é o que pude consultar e minha interpretação, espero ter esclarecido algo.

Até mais.

*Ambos os depoimentos que eu citei estão no livro "Uma Noite Fatídica", de Walter Lord, publicado no Brasil em 2012, página 198.

Ricardo disse...

Ricardo disse...
Oli Rodrigo, vim lhe fazer mais perguntas que me incomodam a mente.
Agoro gostaria de tirar duas dúvida:
1ª Duvida: nos filmes SOS Titanic, Titanic de 1996 e o Titanic de James Cameron, há uma cena em que, após a colisão e um estudo dos danos, Smith e Thomas Andrews fazem uma reunião em uma sala ao lado da casa do leme, com o sr. Ismay e os oficiais (Murdoch, Lightoller...). Nas suas postagens, nenhuma cita esta reunião; eu gostaria de saber se ela aconteceu?
2ª Dúvida: Na minissérie Titanic (que já lhe citei em um comentario sobre o Lounge), no final, os sobreviventes observam ao longe os foguetes lançados Carpathia. O Carpathia realmente soltou fogetes ao chegar à cena do naufrágio?

Rodrigo disse...

Oi Ricardo

1. Até onde eu sei esta reunião realmente aconteceu, praticamente todos os livros e melhores fontes confirmam isto; e realmente envolveu as pessoas que você citou. Onde ela ocorreu é para mim uma incógnita... Os livros que eu consultei relatam apenas que ela ocorreu na "Ponte de Comando"... Pode ter sido em qualquer uma das salas desta área: Casa do Leme, Sala de Mapas, Sala de Navegação ou na própria Ponte de Comando frontal. Em "Titanic" (1997) Cameron mostrou a reunião dentro da Sala de Mapas... Já em "Somente Deus por Testemunha" (1958) ela ocorreu em dois locais: Na cabine de Andrews e na Ponte de Comando... Enfim, o fator principal e realmente importante é saber que ela de fato aconteceu.
2. Aparentemente os tripulantes do carpathia não sotaram fogos. Eles pararam no meio do Oceano assim que chegaram à posição aproximada reportada pelo Titanic, e logo mais avistaram um clarão verde ao longe de um dos botes. Posso estar errado quanto aos fogos, mas é isto que tenho de memória

Até mais.

Ricardo disse...

Olá Rodrigo.
Gostaria de elogiar seu blog mais uma vez, aproveitando que estamos quase completando 102 anos desde que o naufrágio ocorreu.
Também quero fazer uma pergunta. Em muitas reproduções e artigos que vi, houve a menção a uma "corrida", mas eu nunca entendi bem essa tal de "corrida". Pensei que talvez vc pudesse me esclarecer esse fato.
Um abraço, e mais uma vez parabéns pelo blog

Rodrigo disse...

Oi Ricardo, obrigado, o blog vai seguindo vagarosamente. Eu estou aqui também, cheio de memórias nestes dias de abril, todo ano lembro, não há como ser diferente.

Bem, até onde eu sei, estas menções a uma espécie de "disputa, corrida" pode estar relacionada ao fato de que acredita-se que Bruce Ismay teria sugestionado à Smith que impelisse maior velocidade ao Titanic para que ele chegasse em New York em tempo ligeiramente menor que o Olympic em sua viagem de estréia, em junho de 1911. A idéia de Ismay era, aparentemente, de que se o Titanic fosse mais rápido em sua travessia, seria um bom trunfo de publicidade em favor do navio, catapultando ainda mais sua fama.

Se em algum artigo que você leu ou ainda vai ler, houver a menção de que o Titanic estava tentando bater records de velocidade em relação a outros navios de outras empresas, ignore tudo. O Titanic não tinha a menor chance, tampouco capacidade de motores, para vencer os mais velozes navios do mundo, o Mauretania e o Lusitania. Isto é fato historicamente aceito há muito tempo.

O Titanic estava em velocidade alta, mas não para vencer concorrentes, mas sim para possivelmente ser ligeiramente mais rápido que o Olympic foi em 1911 em sua 1ª travessia.

Bom, isto é até onde eu sei...
Até mais, agradeço a atenção ao blog... Este março, abril e maio são os meses das maiores memórias relacionadas ao Titanic: 105 do início da construção, 102 anos do naufrágio e 103 anos o lançamento do casco.

Ricardo disse...

Ola Rodrigo, hoje eu gostaria de identificar um erro: em lições, vc fala do livro de Lawrence Beesley, porem vc fala q ele é um passageiro de 1[ classe, sendo que ele estava na 2ª classe.

Rodrigo disse...

Oi Ricardo, obrigado por indicar a correção, foi falta de atenção quando editei o texto. Já está corrigido. Todas as eventuais correções são bem vindas. Procuro ser o mais atento possível na hora de editar material, mas erros são sempre possíveis de surgir. Até mais.

Anônimo disse...

Ei, o bote 12 não fica do lado bombordo (esquerdo)?Meu teclado não funciona as letras A,Q e Z, por isso to usando o teclado virtual (só devi a usar para A,Q e Z, mais estou usando para todas as letras e sinais (e números).).

Rodrigo disse...

Exato, corrigido obrigado.

Anônimo disse...

Por quectem 1 pouco de água branca pulando do lado do casco do Carpathia? Acho que é Milk-Shake de groselha, construirei 1 máquina do tempo e vou beber TUDO.

Anônimo disse...

A capacidade dos botes é de 1.178 pessoas não é 11.178
Por que tem 1 pouco de água branca pulando do lado bombordo no casco do RMS Carpathia?

Anônimo disse...

Que hora o bote 10 foi lançado no mar?
Aguardo 1 resposta.
Davi

Rodrigo disse...

Davi

Corrigido.

A água que está saindo pelo casco do Carpathia é possivelmente do esgoto do navio, já que era normal o despejo de esgoto através de canalização próxima à linha d'água através de várias aberturas. Há fotos do Olympic e do Titanic onde este tipo de jato d'água também aparece.

Aparentemente o bote Nº 10 desceu às 1:50 da madrugada. Como o texto original desta matéria - antes da tradução - não informava sobre o bote 10, respeitei a informação tal como estava.

Até.

Anônimo disse...

Olá Rodrigo!

Lendo este artigo me surgiu uma dúvida: Como é possível eles não terem feito nada levando em consideração a quantidade de avisos de outros navios sobre o iceberg? Todos, praticamente, mandaram a mesma localização e o Titanic foi parar justamente lá?

Obrigada!

Meg

Rodrigo disse...

Olá,

na realidade eles agiram sim: Reforçaram os avisos aos vigias para a presença de icebergs, desviaram a rota sensivelmente para o sul e os tripulantes estavam todos cientes de que icebergs poderiam surgir em determinado momento, baseados nas mensagens que haviam recebido. Entre outros alertas que foram dados e mudanças de procedimento.

O Titanic não foi exatamente para onde estavam sendo relatados os icebergs... Mas os tripulantes sabiam da presença de gelo nas redondezas. Como icebergs não representavam grande ameaça no consciente daquela época, justamente pela quase ausência de grandes acidentes causados por gelo, o procedimento padrão foi mantido: De seguir em velocidade normal e estar atento ao gelo.

A questão é que as atitudes que eles tiveram não foram suficientes para evitar a tragédia. Muita coisa ficou a dever, e em parte é justamente estas atitudes devedoras de segurança que agravaram a tragédia.

É preciso ler a história com atenção nas entrelinhas, há uma infinidade de detalhes que não são tão simples de serem memorizados apenas com um comentário.

Até.

Ricardo disse...

Olá Rodrigo, permita-me fazer uma perguntinha.
A reprodução de James Cameron de 1997 é um filme sobre o Titanic que se destaca das outras em vários sentidos, e um deles é o momento da colisão. Em muitas das outras reproduções, ocorre da mesma forma (as vez representam que Hichens estava na ponte e não na casa do leme, o que está definitivamente errado): Murdoch estava na casa do leme juntamente com Hichens e Moody, quando o comunicador tocou e Moody o atendeu ouvindo a famosa frase "Iceberg bem a frente!", em seguida, avisa Murdoch que por sua vez vê o iceberg se aproximando e ordena "tudo a estibordo" para o timoneiro Hichens, o qual obedece e avisa que o leme está no limite. Já no filme de 1997 ocorre de uma forma bem peculiar: o timoneiro Hichens estava sozinho na casa do leme, enquanto Murdoch estava na parte de fora da ponte de comando quando escutou as três badaladas no cesto da gávea e se virou para procurar o que eles deviam ter visto, nisto o comunicador tocou e Moody veio de algum lugar dos alojamentos com uma xícara na mão e atendeu-o, Fleet gritou "iceberg bem em frente!", então Moody agradeceu e se precipitou para fora com a intenção de avisar Murdoch sobre o perigo, mas este nem precisou ser avisado, correu para dentro da casa do leme, gritou "Tudo a estibordo" e correu para a ponte para colocar os motores em ré, Hichens obedece imediatamente, ele e Moody avisam quase juntos "está tudo virado". Na microssérie de 2012, tudo ocorre num local que seria uma mistura entre a ponte principal e a casa do leme, Hichens, Boxhall e Moody estavam na ponte e, quando o comunicador toca e Moody o atende, Murdoch aparece de algum lugar do convés e não ordena tudo a estibordo de imediato, primeiro avalia o iceberg para depois ordenar, e não é Hichens quem avisa que o leme estava todo virado, é Moody quem faz isso. Minha dúvida é como realmente teria acontecido? Murdoch estava do lado de fora, na casa do leme ou na ponte de comando? Moody estava pegando uma xícara de café para se esquentar ou estava fazendo companhia a Hichens? A reprodução de James Cameron estava certa ou errada? Quem teria avisado e como seria o aviso de que o leme já estava todo a estibordo? Perguntas que eu gostaria que me fossem esclarecidas.
Obrigado pela atenção.

Rodrigo disse...

Oi Ricardo,

bem, vou te decepcionar sobre aquilo que posso tentar contribuir, mas vamos lá.

De tudo o que eu tive acesso até agora, sejam livros, descrições em sites, entre outros meios mais... Não me lembro de ter lido qualquer descrição precisa de cada movimento e posição das pessoas envolvidas com as manobras de desvio do iceberg. Sei apenas que de maneira global a representação mostrada por Cameron se aproxima bastante daquilo que é descrito nos livros, ou é historicamente aceito.

Consultei rapidamente o livro "Titanic Triumph and Tragedy" (edição de 1986), e ele descreve estas ações em questão tal e qual o que é exibido no filme de Cameron. A não ser, é claro, pela ausência dos detalhes de dramatização... ou seja: O livro não descreve a posição exata dos oficiais, o que estavam fazendo no exato momento, ou detalhes menores.

O livro também cita que "entre o momento do avistamento e a colisão, se passou pouco mais de meio minuto"... Ou seja, fora apenas pouco mais de 30 segundos de atitudes extremamente rápidas.

Averiguei o site "Encyclopedia Titanica", na biografia de cada um deles (Moody, Murdoch e Hichens), e lá a descrição é até mais econômica em detalhes que nos livros.

Se Robert Hichens - o único sobrevivente, dos três em questão - depôs com precisa exatidão sobre os movimentos de todos os três nestes pouco mais de 30 segundos... não sei. Pode até ser que sim; e caso seja positivo, este depoimento só pode ter sido dado no inquérito britânico, já que para a imprensa este tipo de detalhe menor é dispensável.

Murdoch e Moody pereceram no desastre, e obviamente suas experiências não puderam ser precisamente relatadas.

A única coisa que posso dizer através daquilo que eu leio, é que a reprodução de Cameron está mais perto da realidade, apesar dos erros (o painel de controle das portas a prova d'água, por exemplo, está completamente fora do que teria sido no Olympic e no Titanic...), o tamanho do iceberg está aparentemente errado (ao que se sabe está maior do que o que fora descrito por Frederick Fleet), entre outros detalhes menores que não me vem à cabeça, ou que me são desconhecidos.

Estes detalhes dramáticos pequenos exibidos pelos filmes, quando não fazem parte daquilo é que rigorosamente descrito por depoimentos históricos... são apenas parte do engenhoso processo de construir uma cena de modo que ela pareça para o público tão crível e emocionante quanto puder ser.

Cameron usou deste tipo de recurso dramático - às vezes de maneira muito grande, outras de maneira sutil - durante o filme todo, em busca de preencher momentos sobre os quais, por vezes, ele não tinha fontes históricas precisas.

Bem, é isto. Pode até ser que haja uma resposta precisa para sua pergunta, mas dentro daquilo que está em meu acesso, é no que posso contribuir. Eu não estudo os detalhes históricos de maneira tão próxima, apenas leio de maneira global, me prendendo em outros pontos que são de meu interesse. Quando recebo uma questão como esta, me coloco onde eu realmente estou: como um curioso apenas. Eu nunca tive intenção de me tornar um especialista, e continuo não tendo.

Aí está o depoimento de Robert Hichens para o Inquérito Britânico, pode ser que ele ajude a esclarecer algo mais que tenha me fugido.

http://www.titanicinquiry.org/BOTInq/BOTInq03Hichens01.php

Até mais.

Ricardo disse...

Olá Rodrigo, tudo bem?
Tenho uma porção de dúvidas que gostaria que vc me esclarecesse... Vou procurar ser breve.
1ª- Nas reproduções que eu assisti, parece as pessoas estão todas remando de frente para o navio, mas nas fotos tiradas no Carpathia, parece que eles teriam remado de costas para o navio. Enfim, em qual posição eles estavam?
2ª- O bote 6 é sem dúvida um dos mais interessantes botes do Titanic. Quero saber se a milionária de Denver Margaret "Molly" Brown teria assumido o remo de Frederick Fleet, como representado em uma das senas excluídas do filme.
3ª- Já li vários artigos, testemunhos, entre outros que relatam controversias e polêmicas sobre o bote 1. Já ficou bem claro para mim que Sir Cosmo Duff-Gordon não subornou os passageiros do bote para não voltar e resgatar sobreviventes mesmo que o bote tenha recebido ordens de Murdoch para voltar. Queria que vc me contasse em detalhes a história toda do que realmente teria acontecido neste bote naquela noite fatídica.
4ª- Existe alguma foto dos passageiros do bote 1 dentro do bote 1?
5ª- Madeleine Astor, na sua condição de grávida, foi posta em um dos remos pelo homem (provavelmente marinheiro) que tomava conta do bote 4?
6ª- Quais foram os botes que saíram carregando lamparinas? E que as teria carregado, passageiros, tripulantes ou o homem que ficava no leme?
7ª- Como seria a roupa que Bruce Ismay estava usando na noite do naufrágio? Roupão marrom com no filme de 1997? Sobretudo e calça como na microssérie de 2012? Ele estava usando coletes salva-vidas ou preferiu ficar sem? E como ele estava sentado no bote, de lado ou de costas para o navio?
8ª- Em muitas reproduções vejo um mordomo de 3ª classe chamado John Hard que teria levado grupos de mulheres da 3ª para o convés e ajudado elas a entrar nos botes antes de ele mesmo entrar em um sobre as ordens de um oficial, mas eu não consigo encontrá-lo na lista de passageiros. Vc poderia me ajudar a localizá-lo? Diga-me o número do bote que ele escapou e o nome certo dele que eu me viro aqui.
9ª- Queria saber se Benjamin Guggenheim teria subido divinamente vestido com seu criado para o convés de botes assim que soube da situação, ou só se vestiu depois de colocar Madame Aubert a bordo do bote 9?
10ª- Os passageiros (pelo menos os de 1ª classe) subiram ao covés já informados de que o navio se chocara com um iceberg e tinha pouco tempo, ou foram percebendo isso conforme o navio afundava?
Acho que agora já fiz todas as perguntas que eu queria, e agradeceria por uma resposta ou ao menos um comentário para cada uma delas.
Obrigado pela atenção.

Rodrigo disse...

Oi Ricardo.

A primeira coisa que você deve ter em mente, e certamente já notou isso em todo o blog, é que eu sou um entusiasta como milhões de outros mais. Meu único “diferencial” - se é que se pode chamar assim – é que eu tenho um simples blog sobre o assunto. Não tenho a mais distante pretensão de provar que sei de nada, e nenhum interesse em me tornar historiador do assunto. O intuito do blog é prestar os assuntos de maneira que eles me sejam um prazer quanto ao ato de editar.

Com o Titanic em Foco eu consigo unir a agradável (e cansativa) tarefa de editar, com o ato de pesquisar e de trocar ideias.

99% das perguntas complicadas que me são colocadas, me levam ao simples ato de puxar pela memória o conteúdo limitado que guardo... nas respostas restantes, tudo o que eu posso fazer é pesquisar e checar informações, quer seja nos livros ou na Internet; que é o que todos podem fazem tão bem ou melhor do que eu.

Tendo isso bem claro, vou deixar aquilo no que acredito que posso contribuir.

1. Até onde eu consigo entender, o ato de remar é feito com os respectivos remadores de costas para a frente da embarcação. A única pessoa que precisa estar de frente é quem está no leme, orientando a direção pretendida. Por isso a impressão de que os passageiros estavam de costas nas fotos históricas provavelmente está correta. Pelo que eu consigo notar nas fotos, vários dos ocupantes estão “perdidos” entre “estar de costas ou de frente”, possivelmente porque estavam tentando prestar atenção no Carpathia e nos curiosos reunidos nas amuradas do navio. Esta é uma informação obtida com observação simples das fotos.

Reproduções de cinema e TV não são exatamente bons referenciais, pois são adaptações livres da história, mesmo que sejam alegadas como “perfeitas”.

2. Nas fontes que pude consultar não há qualquer menção ao fato de que Molly teria assumido o remo de Fleet. Se isto é real ou não... não sei dizer.

Pode ser apenas uma recriação livre de James Cameron, que pode ter considerado o fato de que Fleet era um simples vigia, e eventualmente não teria habilidade com barcos a remo. Deduzindo isto, ele pode ter idealizado a cena de tal maneira. Cameron adaptou toneladas de pequenos e grandes atos em seu filme.

Enfim, isto é apenas minha opinião já que não tenho fontes.

3. Cosmo Duff Gordon estava no bote com a esposa Lucile e a secretária Mabel, e outros 9 ocupantes; o bote no entanto tinha capacidade para 40, ou seja, ainda havia espaço para mais 28.

Houve uma sugestão de que o bote voltasse para recolher mais pessoas, mas Cosmo e outros mais não apoiaram a decisão. Mais tarde, após uma reclamação de Mabel sobre a perca de seus pertences, que ficaram no Titanic, um tripulante de nome Robert Pusey reclamou que sua perca era maior, pois a partir do naufrágio deixaria de receber salário e ficou sem suas ferramentas de trabalho, que também ficaram no Titanic. Cosmo Duff Gordon, apercebendo-se da situação, ofereceu 5 (libras?) para que os tripulantes pudessem comprar novas ferramentas... No Carpathia ele cumpriu sua promessa, deu o dinheiro a todos. / A atitude de Cosmo vazou para a imprensa com cara de suborno... e o resto é história.

4. Nas fotos que pude consultar, tanto online quanto em papel não há qualquer foto do bote nº 01, mas sei que 11 de seus 12 ocupantes posaram reunidos para uma foto no convés do Carpathia. Aí está http://www.williammurdoch.net/images/evacuation_lifeboat1occupants_large.jpg

5. Até onde eu pude consultar – e de memória – Madaleine não foi colocada no remo. Este fato aconteceu com a Condessa de Rothes; ela era uma mulher de atitude e assumiu o leme do bote Nº 8. O marinheiro Thomas Jones notou que ela “tinha muito para falar”, então a incumbiu dessa tarefa.

Continua...

Rodrigo disse...

6. Sobre as lamparinas no botes, fico devendo, não tenho este tipo de informação de cabeça. A única coisa que realmente consigo lembrar é que as lanternas tais as mostradas por Cameron em “Titanic” (1997) são apenas licença poética, pois não haviam lanternas deste tipo nos botes. Aí está um profundo estudo sobre a iluminação a bordo dos botes publicado em 2011, acredito que vá te interessar. http://www.encyclopedia-titanica.org/titanic-lifeboats-extinguished-their-lights.html

7. Quanto às roupas de Ismay, só posso me referir àquilo que está descrito nas páginas do livro “Uma Noite Fatídica”, de Walter Lord; ele cita que “[Bruce Ismay]...vestindo um terno por cima do pijama e calçando pantufas, subiu ao passadiço para saber se estava acontecendo alguma coisa...” / É isto, não tenho descrição exata em mãos. Se há uma informação histórica precisa sobre suas roupas... não sei.

Ainda segundo este livro, Ismay não suportou ver o navio afundando, e “curvou-se sobre o remo – não suportou ver o Titanic ir a pique”.

Se ele estava ele de frente, de costas... não sei informar. Os filmes “A Night to Remember” e “Titanic” (1997) o mostram de costas e agoniado; e ambas as cenas são livremente baseadas na descrição do livro de Walter Lord.

De colete ou não? Também não sei dizer. Não tenho fontes que confirmem ou derrubem isto. Os filmes o mostram sem colete.

8. Aí está a mini biografia de John Hardy, ele era camareiro da 2ª classe http://www.encyclopedia-titanica.org/titanic-survivor/john-hardy.html

9. Segundo a biografia de Benjamin, ele voltou para a cabine acompanhado de seu secretário, Victor Giglio, apenas depois de deixar a amante no bote nº 09.

10. Até onde minha memória serve, os passageiros não foram formalmente informados de que o navio tinha pouco tempo; a informação não era exatamente clara nem mesmo para os tripulantes como um todo. Tudo o que eles sabiam é que o navio havia colidido e que os passageiros deveriam ser colocados nos botes com urgência. Apenas uma parte da tripulação tinha esta informação de maneira precisa e clara com relação à gravidade mortal da questão.

Quanto aos passageiros, acredito que boa parte estava semi ou totalmente inocentes da gravidade daquilo que estava se desenrolando. Não é a toa que grande parte sequer queria embarcar nos botes. E se houvessem sido formalmente informados com clareza sobre a gravidade, o pânico seria instantâneo.

Bem, é até aí onde posso contribuir. Se algo do que eu procurei descrever acima estiver em discrepância com suas fontes – que certamente você tem à consulta – é porque meu tempo, memória, limite de pesquisa e disposição são muito limitados.

Estou a 9 meses construindo um modelo iluminado na escala 1/100 do Titanic, e tenho consumido ferozmente meu tempo em pesquisa e trabalho nesta maquete, onde estou aplicando todo meu esforço.

Até mais.

Anônimo disse...

Oi Rodrigo, me chamo Lucas. Desde pequeno tenho um certo entusiasmo sobre a história do Titanic, li diversos livros sobre o navio e já passei horas e horas lendo seu blog, parabéns pelo trabalho, muito bem feito e caprichado.

Tenho uma curiosidade não citada em nenhum livro que li e em seu blog, sobre a velocidade do Titanic. Pelo que sei a velocidade normal de cruzeiro do Titanic era de 21 nós, mas qual era a velocidade operacional do Titanic durante as escalas em Cherbourg e Queenstown? No filme do James Cameron aparece o Smith dando ordem "a todo vapor" após deixar Queenstown, mas antes o Titanic já navegava em sua velocidade máxima? Você teria conhecimento sobre a velocidade que os navios da época usavam durante escalas curtas? Obrigado!

Rodrigo Piller, Titanic em Foco disse...

Oi Lucas, obrigado pelo apoio ao blog. Olha, não tenho estes dados, e ultimamente eu preferi me distanciar um pouco da pesquisa, estacionando o blog, porque não estou dispondo de tempo para levantar dados ou criar novas matérias. Desculpe não ajudar, de todo modo ainda sigo na manutenção simples do blog, que quero manter ao menos disponível o quanto for possível porque tem o seu proveito dentro das limitações.

Mas o livro "On a Sea of Glass" registra que entre Southamton e Cherbourg ele estaria a 20,2 nós
AQUI https://books.google.com.br/books?id=oUqoAwAAQBAJ&pg=PT1059&lpg=PT1059&dq=titanic+speed+between+southampton+cherbourg&source=bl&ots=pEErBKbH_T&sig=MtjflyfcR3qsxiB7mTj5Lc4E-Kc&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwi7lIzBq8PXAhUJiZAKHVeHB7Q4ChDoAQgmMAA#v=onepage&q=titanic%20speed%20between%20southampton%20cherbourg&f=false

E aqui está um artigo que lida com o registro de velocidade do Titanic, pode te servir
https://www.encyclopedia-titanica.org/maiden-voyage-mysteries.html

Até, grato mais uma vez pelo apoio.